(Samir Hussein/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 12h54.
Paul McCartney lançou uma faixa “silenciosa” como parte de um álbum de protesto contra o uso de inteligência artificial, informou o jornal britânico The Guardian nesta segunda-feira, 17.
O disco, intitulado Is This What We Want? (“É isso que queremos?”, em tradução livre), reúne gravações mudas de diversos artistas em uma iniciativa conjunta que pressiona o governo do Reino Unido a barrar o uso de obras criativas no treinamento de modelos de inteligência artificial sem a devida autorização dos autores.
A proposta troca melodias e letras por chiados e ruídos abafados, em uma metáfora para o risco de que a exploração indevida da propriedade intelectual leve ao “silenciamento” da música original, segundo o jornal.
Aos 83 anos e em turnê pela América do Norte, McCartney se soma a um movimento crescente de músicos que buscam sensibilizar autoridades britânicas para regulamentar o uso de suas obras no desenvolvimento de sistemas de IA.
O projeto foi impulsionado pelo compositor Ed Newton-Rex, que afirmou ao jornal estar preocupado com a possibilidade de o governo priorizar os interesses de empresas de tecnologia dos Estados Unidos em detrimento dos criadores britânicos.
A campanha também reúne nomes como Sam Fender, Kate Bush, Hans Zimmer e Pet Shop Boys.
O ex-Beatle tem se posicionado de forma crítica diante das negociações de um novo acordo entre autoridades britânicas e empresas de IA, que buscam acesso a grandes volumes de dados de treinamento — incluindo músicas, textos e imagens.
"Temos que ter cuidado, porque pode sair do controle e não queremos que isso aconteça, especialmente para os jovens compositores e escritores, para quem talvez seja a única forma de construir uma carreira", afirmou McCartney sobre a IA.
*Com informações da EFE