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País de Gales fará protestos e até boicote à Copa do Catar por direitos LGBTQIA+

Em entrevista à BBC País de Gales, o chefe da Associação de futebol disse que a equipe deseja usar a Copa do Mundo como uma força para o bem

Copa do Mundo: O chefe do futebol galês também disse estar preocupado com o uso do esporte por governos para desviar a atenção de abusos de direitos humanos (Alex Pantling/Getty Images)

Copa do Mundo: O chefe do futebol galês também disse estar preocupado com o uso do esporte por governos para desviar a atenção de abusos de direitos humanos (Alex Pantling/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2022 às 12h01.

O chefe da Associação de futebol do País de Gales, Noel Mooney, anunciou que a seleção do país irá usar a Copa do Mundo do Catar para discutir direitos humanos, principalmente causas LGBTQIA+.

No Catar é ilegal ser homossexual e passível de prisão e pena de morte. Violência e discriminação contra pessoas LGBTQIA+ e mulheres são comuns no país do próximo Mundial de seleções. Apesar disso, o Catar diz que a Copa do Mundo de 2022 é um "torneio para todos".

Em entrevista à BBC País de Gales, Mooney disse que a equipe deseja usar a Copa do Mundo como uma força para o bem e acrescentou que essa posição é um consenso entre as seleções da Europa. Ele disse  que acredita que boicotar o torneio não é a coisa certa para se fazer, mas que alguns funcionários da associação optaram por não ir para o Catar em protesto. "Eles não vão ao torneio, o que é absolutamente seu direito de fazer", disse ele.

O chefe do futebol galês também disse estar preocupado com o uso do esporte por governos para desviar a atenção de abusos de direitos humanos. Segundo Mooney, entidades esportivas deveriam escolher melhor as anfitriãs de grandes eventos. "Acho que os detentores de direitos, as grandes instituições esportivas globais como as Olimpíadas, Fifa, Uefa e órgãos como esse, realmente precisam pensar estrategicamente e pensar muito profundamente sobre sua consciência", acrescentou Mooney.

A Rainbow Wall, torcida organizada LGBTQIA+ oficial do País de Gales, já anunciou que não irá para o Catar por temores por sua segurança. 

A Anistia Internacional, organização de direitos humanos, já criticou diversas vezes o histórico do Catar sobre os direitos dos homossexuais e seus tratamento com trabalhadores migrantes.

O País de Gales se classificou para sua primeira Copa do Mundo desde 1958 no início deste mês,  quando derrotou a Ucrânia na repescagem europeia. O Mundial do Catar começa no dia 21 de novembro. A partida de abertura será entre Senegal e Holanda.

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