A cerimônia do Oscar acontece no dia 10 de março (Eric Charbonneau/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 17h04.
Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 18h57.
Na manhã da última terça-feira, 23, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou a tão aguardada lista de indicados ao Oscar de 2024. Títulos como "Oppenheimer", "Pobres Criaturas", "Assassino da Lua das Flores" e "Barbie" foram os mais destacados, inclusive na categoria de melhor filme. Mas, clima de comemoração à parte, a escolha dos críticos para certas categorias do prêmio não foi lá tão bem-vista, tanto pelo público quanto pelos próprios cineastas — sobretudo para as escolhas de melhor atriz e melhor direção.
Oscar 2024: veja a lista de indicados à maior premiação do cinema
Com 13 indicações, a aposta de Christopher Nolan dominou a premiação e deixou "Barbie", produção de Greta Gerwig que estreou no mesmo dia de "Oppenheimer" e levou milhares de pessoas às salas de cinema para maratona dos dois filmes, ofuscada. Não que o longa tenha sido ignorado por completo pela Academia — foram oito indicações em sete categorias para o título da boneca, em melhor design de produção, ator e atriz coadjuvantes (Ryan Gosling e America Ferreira), roteiro adaptado, canção original, figurino e melhor filme —; mas na lista de melhor atriz e melhor direção, que têm grande relevância, nem Margot Robbie nem Greta Gerwig foram contempladas.
Ryan Gosling, por outro lado, aparece na categoria de melhor ator coadjuvante pela performance no filme, que rendeu a ele outras indicações em prêmios como o Globo de Ouro e o Critics Choice Awards. Diante da falta das colegas de trabalho no Oscar, no entanto, o ator fez uma dura crítica à Academia.
"Estou extremamente honrado por ter sido indicado por meus colegas ao lado de artistas tão notáveis em um ano de tantos filmes excelentes [...]. Mas não existe Ken sem Barbie, e não existe filme da Barbie sem Greta Gerwig e Margot Robbie, as duas pessoas mais responsáveis por este filme histórico e mundialmente celebrado", escreveu ele em um comunicado à Academia do Oscar. "Nenhum reconhecimento seria possível para ninguém no filme sem seus talentos, coragem e genialidade. Dizer que estou decepcionado por eles não terem sido indicados em suas respectivas categorias seria um eufemismo".
Apesar da crítica, o ator reconheceu e enalteceu a indicação de America Ferreira, que concorre na categoria de melhor atriz coadjuvante. “Contra todas as probabilidades, com nada além de um par de bonecos sem alma, com pouca roupa e, felizmente, sem virilha, elas nos fizeram rir, partiram nossos corações, impulsionaram a cultura e fizeram história. Seus trabalhos devem ser reconhecidos junto com os outros indicados muito merecedores. Dito isto, estou muito feliz por America Ferrera e pelos outros artistas incríveis que contribuíram com seus talentos para tornar este filme tão inovador".
Apesar de ter prêmios dedicados exclusivamente às mulheres, o juri do Oscar sempre foi muito criticado por favorecer produções feitas e protagonizadas por homens. Nas grandes categorias não separadas por gênero, por exemplo — roteiro original, roteiro adaptado e direção —, a proporção é, em geral, de quatro homens para somente uma mulher.
Neste ano, boa parte das produções de destaque no cinema foi roteirizada ou dirigida por mulheres. Além de "Barbie" (Greta Gerwig), há títulos como "Vidas Passadas" (Celine Song) e "Anatomia de uma Queda" (Justine Triet), ambos filmes indicados em outras categorias. Somente Triet foi contemplada na categoria de melhor direção.
Ainda assim, a indicação desses títulos ao Oscar representa um tremendo avanço. Em seus 96 anos de história, essa é a primeira vez em que três filmes dirigidos por mulheres são indicados à categoria de melhor filme, a principal e mais importante da premiação. Também é a primeira vez que uma pessoa indígena nativo-americana é indicada como melhor atriz, o que aconteceu com Lily Gladstone ("Assassino da Lua das Flores") — com altas chances de levar a estatueta para casa.
A cerimônia do Oscar acontece no dia 10 de março, a partir das 22h (horário de Brasília), em Las Vegas (EUA).
Este ano, quem apresenta a cerimônia de premiação em março será Jimmy Kimmel, já pela quarta vez na função.