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O custo de 'maratonar' na Netflix: brasileiros devem gastar R$ 215 bilhões em streaming em 2025

País já representa 36% da receita de entretenimento e mídia na América Latina, segundo a PwC

Streaming: brasileiros já gastam bilhões por ano (Julia Garan/Getty Images)

Streaming: brasileiros já gastam bilhões por ano (Julia Garan/Getty Images)

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 06h59.

Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 07h01.

Os brasileiros entraram de cabeça (e bolso) no mercado de streaming. O Brasil já representa 36% de toda a receita das empresas de entretenimento e mídia na América Latina e ocupa a 11ª posição no ranking global do setor, segundo a PwC. A projeção é que os brasileiros gastem US$ 39,4 bilhões — cerca de R$ 215 bilhões — neste ano em streaming, música, games e outros serviços digitais.

O crescimento da base de assinantes é parte desse movimento: em 2024, 32,7 milhões de lares no país tinham pelo menos um serviço de streaming, 1,5 milhão a mais que no ano anterior, o que gerou um faturamento estimado em R$ 70 bilhões por ano. O avanço, porém, pressiona a balança de pagamentos: no primeiro semestre de 2025, as remessas ao exterior para pagar serviços digitais subiram 24%, a um total US$ 9,94 bilhões.

Em média, o brasileiro gasta R$ 118 por mês (R$ 1.416 por ano) em assinaturas digitais e de streaming, com média de 3,8 serviços por pessoa. Nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Deloitte divulgada em março de 2025, o gasto médio é de US$ 69 por mês, enquanto outros levantamentos apontam valores que variam de US$ 42,38 a US$ 90, com 25% dos consumidores gastando mais de US$ 100 mensais.

Crescimento acelerado

No mundo, segundo a PwC, em 2024, o setor de entretenimento e mídia faturou US$ 2,9 trilhões no mundo, alta de 5,5% sobre 2023. A expectativa é atingir US$ 3,5 trilhões até 2029, com crescimento médio anual de 3,7% — acima do ritmo da economia global, de 2,9%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No período, a publicidade digital deve ser o principal motor do avanço, crescendo mais de três vezes mais rápido que o consumo direto de produtos e serviços.

No streaming, o modelo com anúncios (AVOD, na sigla em inglês) deve ampliar sua participação na receita mundial de 20% em 2020 para 27,1% em 2029, com empresas como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+ adaptando ofertas para mercados emergentes como o Brasil, segundo a PwC. Globalmente, a receita de OTT (over-the-top) passará de US$ 169 bilhões em 2024 para US$ 230 bilhões em 2029, enquanto os games, outro segmento em alta, devem subir de US$ 223,8 bilhões para quase US$ 300 bilhões no mesmo período.

Entre plataformas e lucros

Para lidar com o impacto econômico do crescimento digital, o Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) discutem aplicar a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre plataformas. Cálculos da agência apontam que, com alíquota de 3%, a arrecadação anual poderia chegar a R$ 2,28 bilhões. No cenário de 12%, o valor subiria para R$ 9,14 bilhões — frente ao R$ 1,2 bilhão recolhido em 2024.

Segundo a Ancine, o mercado de plataformas no Brasil movimenta cerca de R$ 69,7 bilhões por ano, valor que engloba serviços de streaming por assinatura, como Netflix, Disney+ e Amazon Prime Video, e plataformas com vídeos gerados por usuários, como YouTube, TikTok e Instagram. A metodologia utilizada para estimar as receitas parte de dados agregados da Receita Federal, complementados com relatórios anuais das empresas e estudos de mercado.

A agência explicou que a participação brasileira no faturamento global de cada plataforma foi estimada entre 3% e 15%, de acordo com as características de operação no país.

Entre as plataformas líderes de consumo no Brasil, a Netflix fatura R$ 10,4 bilhões ao ano, seguida por Disney+ (R$ 7 bilhões), YouTube (R$ 6,5 bilhões), Amazon Prime Video (R$ 5,29 bilhões) e Globoplay (R$ 4,8 bilhões), segundo estudo a Ancine.

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