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"Não me arrependo", diz ucraniano após tentar afundar iate de chefe russo

Homem atacou veículo em retaliação à invasão da Ucrânia, e afirma que chefe é dono de empresa responsável por exportar armamentos para a Rússia

Taras Ostapchuk, uraniano de 55 anos que tentou afundar iate de chefe russo (Última Hora/Reprodução)

Taras Ostapchuk, uraniano de 55 anos que tentou afundar iate de chefe russo (Última Hora/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 15h10.

Um marinheiro ucraniano tentou afundar o iate de seu chefe russo em retaliação à invasão da Ucrânia.

Taras Ostapchuk, engenheiro de 55 anos, abriu as válvulas na sala de máquinas do Lady Anastasia, iate de 48 metros e avaliado em sete milhões de euros. Ele pertence à Alexander Mikheev, diretor geral da Rosoboronexport, empresa estatal de armas.

O veículo estava ancorado em Maiorca, na Espanha, quando Ostapchuk tentou afundá-lo. Informações da mídia local afirmam que o iate sofreu danos na sala de máquinas e chegou a afundar parcialmente.

A Guarda Civil logo chegou ao Porto Adriano, onde o iate estava ancorado, e prendeu o ucraniano, que assumiu total responsabilidade pelo ocorrido. O homem disse que tentou afundar o iate de Mikheev depois de assistir a notícias da Ucrânia na televisão.

"Havia um vídeo de um ataque de helicóptero a um prédio em Kiev. Os armamentos usados ​​são produzidos pela empresa do proprietário do iate. Eles estavam atacando inocentes", disse Ostapchuk ao juiz durante tribunal no domingo, 27.

"Meu chefe é um criminoso que vende armas que matam o povo ucraniano", afirmou o marinheiro, que trabalhou por dez anos no Lady Anastasia. "Não me arrependo de nada que fiz e faria de novo."

Contatados pela BBC, Mikheev ou a empresa Rosoboronexport não ofereceram comentário. A companhia exporta produtos de defesa russos, que vão desde armas e munições até tanques, veículos de combate e aeronaves.

Já Ostapchuk deixou a cidade de Maiorca nesta tarde de segunda-feira, 28, e agora está indo para a Ucrânia, onde pretende lutar contra os invasores russos. Ele foi liberado pela Guarda Civil ainda no domingo. 

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