Redação Exame
Publicado em 3 de junho de 2024 às 12h12.
Última atualização em 3 de junho de 2024 às 12h20.
O câncer é considerado uma doença moderna. Bem, talvez tenhamos de discutir isso. De acordo com textos médicos do antigo Egito, curandeiros da época já tinha conhecimento do problema. Agora, novas evidências de um crânio com mais de 4 mil anos revelam que médicos daquela civilização podem ter tentado tratar certos tipos de câncer com cirurgia.
O crânio pertencia a um homem que tinha entre 30 e 35 anos quando morreu e está na coleção do Duckworth Laboratory da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Desde meados do século 19, cientistas estudam a superfície marcada do crânio, incluindo lesões que acreditam representar danos de tumores malignos. Os arqueólogos consideram o crânio, rotulado como 236 na coleção, um dos exemplos mais antigos com sinais de câncer, datando de entre 2686 a.C. e 2345 a.C.
Recentemente, porém, pesquisadores examinaram mais de perto as cicatrizes dos tumores com um microscópio digital e tomografia computadorizada (TC). Detectaram sinais de cortes ao redor dos tumores, sugerindo que instrumentos metálicos foram usados para remover os tumores. Os cientistas relataram as descobertas na revista Frontiers in Medicine.
Ao contrário do crânio 236, o E270 não mostrou sinais de cirurgia relacionada à doença. O crânio da mulher, no entanto, tinha fraturas cicatrizadas, mostrando o sucesso de uma intervenção médica anterior.
A mais antiga noção de conhecimento que os egípcios tinham do câncer está em um texto médico conhecido como Papiro Cirúrgico Edwin Smith, que data de aproximadamente 3000 a.C. a 2500 a.C. Este texto contém 48 estudos sobre várias doenças, incluindo uma descrição do câncer de mama.