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LGBTQIA+, feminismo, autoaceitação: as bandeiras de Lady Gaga com as quais os fãs se identificam

Mother Monster é uma das fundadoras de fundação voltada para ajudar jovens com problemas relacionados a bullying e auto-estima

Lady Gaga durante uma apresentação do "artRave: The Artpop Ball" em, 2014 em Los Angeles  (Christopher Polk/WireImage)

Lady Gaga durante uma apresentação do "artRave: The Artpop Ball" em, 2014 em Los Angeles (Christopher Polk/WireImage)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2025 às 09h43.

O arco-íris que estampa o leque vendido pelo camelô na Avenida Atlântica não está ali por acaso. Com Lady Gaga hospedada no hotel Copacabana Palace, para se apresentar na praia no sábado, 3, uma legião de fãs passa o dia na porta do estabelecimento, na esperança de conseguir ver a Mother Monster da janela ou saindo para dar um rolé pelas ruas do Rio.

Mas, para além de ocupar o papel de ídolo musical, a diva pop atrai a identificação com seu público justamente pelas causas que defende, como a LGBTQIA+. E quem fala isso são seus próprios admiradores.

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Natural de Passos (MG), a mais de 300 quilômetros de Belo Horizonte, o comunicador Lorenzo Porto, de 29 anos, atualmente mora em São Paulo. Trabalhando de forma autônoma, ele chegou ao Rio na terça-feira, após combinar com os seus clientes que passaria uns dias off. De primeira, Lorenzo ressalta que as músicas de Gaga foram a trilha sonora de alguns momentos de sua vida, inclusive de um traumático.

"Ela prega a autoaceitação no álbum 'Born this way', que traz vivências dela. A música que tem o mesmo nome do álbum diz que não importa se você nasceu gay, lésbica, trans: você nasceu desse jeito", conta Lorenzo. "Esse álbum específico de autoaceitação salvou a minha vida, porque, quando foi lançado, meu pai descobriu que eu era gay, não aceitou, me bateu, e as músicas me ajudaram a superar."

Segundo Lorenzo, ele e o pai, que morreu em 2017, se reconciliaram ao longo da vida. Depois de chegar a proibir o filho de ouvir Lady Gaga na infância — por supostamente influenciar na orientação sexual —, o pai de Lorenzo mudou de comportamento no passar dos anos e até assistia a apresentações da diva pop na TV com o jovem, como seu show no Super Bowl, dias antes de morrer.

"A Gaga, desde o começo da carreira, abraçou muito os gays. Ela até falou no VMA de 2009, quando ganhou o prêmio de Melhor Vídeo Feminino, que dedicava aos fãs, aos gays e a Deus. Desde o começo da carreira, ela abraçou os little monsters, que eram excluídos e sofriam bullying na escola", completa.

Lady Gaga é fundadora da Fundação Born This Way, para ajudar jovens com problemas como bullying e baixa-autoestima.

De acordo com o analista de sistemas Felipe Amorim, de 32 anos, fã de Ribeirão Preto (SP) que está no Rio para o megashow, a carreira da cantora veio para renovar ainda lutas travadas inicialmente por Madonna. Ao lado do namorado Vinícius Nowicki, clínico-geral de mesma idade, ele reforça que uma das coisas que aprendeu com o ídolo foi a autoaceitação.

"Tenho 32 anos, foi o início de uma geração em que começou a ser aceita a homossexualidade", observa Felipe, pontuando que as lutas de Lady Gaga o fizeram gostar ainda mais de suas músicas.

Vinícius complementa: "A questão da sexualidade foi importante, mas vai além disso. Ela fala de arriscar o diferente num mundo em que está todo mundo igual. Ela dá a cara e sustenta aquilo dali. As pessoas olham para aquilo e pensam que também podem ser assim, até no modo de se vestir", observa, lembrando que a atuação de Gaga passa pelo feminismo e chega até à política, como quando contestou ideias 'xenofóbicas' veiculadas durante as eleições presidenciais americanas.

A cantora passou a chamar seus fãs de little monsters no fim da primeira década deste século, numa alusão ao álbum "The fame monster". A ideia, além de divulgação, era a de ressaltar que os seus seguidores eram seres únicos, com suas individualidades. Em seguida, um desses fãs chamou Gaga de Mother Monster, alcunha que passou a ser adotada pela própria.

Little monster de São José dos Campos (SP), a designer de produtos Glenis Menezes, de 26 anos, lembra de quando era criança e o pai comprava DVDs com clipes de Lady Gaga, que assistia ao lado da irmã, na sala de casa. Com o passar do tempo, ela, que é bissexual, conta que foi entendendo melhor o que a cantora pop defende e também com o que se identifica.

"Praticamente todo o meu ciclo faz parte do grupo LGBT, que ela defende. E fala também da mulher na sociedade, na indústria. A gente encara alguns desafios e ela sempre fala da gente escolher a nós mesmas, nunca esquecer que a gente é mulher e que tem que correr atrás do que é nosso, para ter uma vida mais digna", detalha Glenis.

Quando será o show da Lady Gaga no Rio?

A cantora se apresenta na praia de Copacabana (Rio de Janeiro) no sábado, 3, a partir das 21h45 (horário de Brasília).

Que horas começa o show da Lady Gaga na TV?

Lady Gaga vai se apresentar às 21h45. O espetáculo deve durar até as 23h45. 

Onde assistir ao show da Lady Gaga online?

A apresentação de Lady Gaga no Rio de Janeiro será transmitida pelo Multishow e no Globoplay.

Guia completo para aproveitar o show da Lady Gaga no Rio

Veja dicas, horários e como assistir em segurança aqui.

Qual é o provável setlist do show da Lady Gaga?

Veja a lista completa de músicas aqui.

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