Foto fornecida pela OceanGate Expeditions do submersível "Titan". Equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar com vida os cinco tripulantes do submersível, que perdeu a comunicação no domingo, 18 de junho (AFP/AFP)
Redação Exame
Publicado em 26 de junho de 2023 às 11h10.
Última atualização em 26 de junho de 2023 às 11h13.
Suleman Dawood, de 19 anos, que morreu a bordo do submarino Titan durante uma expedição aos destroços do Titanic levou consigo para a viagem um cubo mágico. Na primeira entrevista após perder o filho e o marido, Shahzada Dawood, de 48 anos, Christine Dawood contou que o jovem paquistanês embarcou com o objetivo porque queria bater um recorde mundial debaixo d'água.
Shahzada Dawood, 48 anos, e seu filho Suleman, 19, eram integrantes de uma família que fundou um dos conglomerados industriais de maior sucesso do Paquistão.
A família do pai e filho, com cidadania paquistanesa e britânica, que morreram ao lado dos outros três passageiros na implosão de um submersível perto da área de naufrágio do Titanic expressou "profunda dor" com a tragédia.
"É com profunda dor que anunciamos o falecimento de Shahzada e Suleman Dawood", afirma um comunicado divulgado pela Fundação Dawood, que administra as ações filantrópicas da família, em particular na área de educação.
"Nós estendemos nossas sinceras condolências às famílias dos outros passageiros do submersível Titan", acrescenta a nota, assinada por Hussain e Kulsum Dawood, pais de Shahzada. "Estamos sinceramente agradecidos a todos os envolvidos nas operações de resgate. Seus esforços incansáveis foram uma fonte de força para nós durante este período".
Hussain Dawood era um dos homens mais ricos do Paquistão, que liderava um conglomerado que inclui, entre outras, a empresa Engro, especializada em fertilizantes. A Engro afirmou em um comunicado que está de luto por Shahzada - que era vice-presidente da empresa - e "seu amado filho" Suleman.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos e os organizadores da expedição anunciaram na quinta-feira que as cinco pessoas a bordo do submersível Titan, desaparecido no domingo quando estava em uma expedição turístico até a área dos destroços do Titanic, no Atlântico Norte, morreram na "implosão catastrófica" do aparelho.
No Titan viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho, Suleman, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista nos destroços do Titanic, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.
Todos estavam cientes dos perigos da expedição, disse Reiss à BBC. "Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes".
O custo da excursão é US$ 250.000 (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro. O pacote também pode incluir um mergulho de oito horas até os destroços da embarcação inglesa.
Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submarino 'Titan' que desapareceu no domingo após iniciar uma expedição rumo aos destroços do Titanic, afirmou em um podcast que "em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício". O empresário é um dos tripulantes que estão dentro do submersível perdido no Oceano Atlântico.
O Titanic zarpou do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912 para sua viagem inaugural rumo a Nova York, mas afundou depois de colidir com um iceberg cinco dias depois. Dos 2.224 passageiros e tripulantes, morreram quase 1.500.
Os destroços do transatlântico foram descobertos em 1985 a 650 quilômetros da costa canadense, a 4.000 metros de profundidade, em águas internacionais do Oceano Atlântico. Desde então, a área é visitada por caçadores de tesouros e turistas.
Embora o submarino ainda possa estar intacto durante o mergulho, "são poucas as embarcações" capazes de ir até a profundidade em que o Titan pode ter viajado.
Com informações agência o Globo.