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James Bond dos primeiros filmes era um estuprador, diz diretor do novo 007

Cary Fukunaga, diretor de “007 – No Time to Die”, que estreia em 30 de novembro, afirma que atitudes do espião nos primeiros filmes não seriam toleradas hoje

Sean Connery como Bond, James Bond (Reprodução/Reprodução)

Sean Connery como Bond, James Bond (Reprodução/Reprodução)

BG

Bibiana Guaraldi

Publicado em 23 de setembro de 2021 às 16h30.

O diretor de “007 – No Time to Die”, o 25º filme de James Bond, disse que a versão de Sean Connery do personagem era "basicamente um estuprador”. Em entrevista ao Hollywood Reporter, Cary Fukunaga parece ter se referido a cenas de “007 contra a Chantagem Atômica” de 1965.

“É em ‘007 contra a Chantagem Atômica’ ou em ‘007 contra Goldfinger’ que o personagem de Sean Connery basicamente estupra uma mulher?” disse Fukunaga. “Ela fica tipo‘ Não, não, não ’e ele,‘ Sim, sim, sim ’. Isso não funcionaria hoje.”

Em “007 contra a Chantagem Atômica”, o Bond de Sean Connery beija à força uma enfermeira (interpretada por Molly Peters) que rejeitou seus avanços. Em uma cena posterior, Bond sugere que ele manterá silêncio sobre informações que poderiam custar seu emprego se ela dormir com ele: “Acho que meu silêncio pode ter um preço”. A enfermeira se afasta, dizendo: "Você não quis dizer ... ah, não", antes de Bond responder "Ah, sim", e empurrá-la para uma sauna e tirar suas roupas.

"007 – No Time to Die" está sendo apontado como o filme de Bond com a maior igualdade de poder entre personagens masculinos e femininos. Lashana Lynch – que interpreta uma das duas personagens principais femininas negras – supostamente herda a designação 007 de Bond no final do filme.

Daniel Craig, em "007 — Sem Tempo para Morrer", que estreia em 30 de setembro. (Divulgação/Divulgação)

A produtora executiva do filme, Barbara Broccoli, que produz os filmes de Bond desde 1995, disse: “Acho que as pessoas estão conseguindo – não sem relutância – aceitar que essas coisas não são mais aceitáveis. Obrigado, Senhor. Bond é um personagem que foi escrito em 1952 e o primeiro filme [Dr No] foi lançado em 1962.”

Broccoli e Daniel Craig – que interpreta Bond pela última vez em “007 – No Time to Die” – já afirmaram que o papel central deveria permanecer masculino, com Craig dizendo ao Radio Times: “Por que uma mulher deveria interpretar James Bond quando deveria haver um papel tão bom quanto James Bond, mas para uma mulher?".

Em declarações ao jornal inglês The Guardian, Broccoli disse: “Bond é homem”. “Ele é um personagem masculino. Ele foi escrito como um homem e acho que provavelmente permanecerá como um homem. E tudo bem. Não temos que transformar personagens masculinos em mulheres. Vamos apenas criar mais personagens femininas e fazer a história se encaixar a essas personagens femininas.”

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