Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo (Germano Lüders/Exame)
Repórter da Home
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 11h46.
Última atualização em 21 de agosto de 2024 às 12h01.
O Parque do Ibirapuera, o mais icônico e extenso de São Paulo, celebra 70 anos nesta quarta-feira, 21. Reconhecido como um dos marcos da cidade, o local abriga museus renomados, esculturas e diversas áreas culturais de acesso público.
O parque também serve de cenário para shows, festivais e grandes eventos, como a São Paulo Fashion Week e a Bienal de Artes.
Apesar do charme e da relevância para quem procura por lazer, o Ibirapuera também foi palco de momentos inusitados que representaram a modernidade da capital paulista e situações estranhas – e um tanto assustadoras. Veja a seguir:
O nome Ibirapuera vem de uma palavra no tupi-guarani (Ypy-ra-ouêra), que significa "árvore apodrecida". A referência se baseia nas antigas condições do terreno — antes da inauguração do parque em 1954 — que era fortemente afetado por chuvas e se transformava em área extremamente alagadiça. A aldeia indígena que ocupava o território que deu o nome.
A região que atualmente faz parte do Parque do Ibirapuera pertencia a um povoado indígena. Durante o processo de expansão da cidade de São Paulo, no início do século 20, a região passou a ser ocupada por grileiros, que formaram uma favela nos arredores, enquanto algumas áreas serviam de pasto para bois.
Situado em uma área de 1.584.000 m², o Parque do Ibirapuera abriga 532 espécies de plantas. Segundo a Urbia, empresa responsável pela administração, o Ibira concentra mais de 300 espécies de animais.
Instalada em 1954 no Palácio das Indústrias, agora conhecido como Pavilhão da Bienal, durante uma cerimônia em homenagem à Revolução de 1932, a máquina causou grande curiosidade na capital, sendo uma novidade para todos os presentes.
Na época, o jornal Folha da Manhã destacou as características impressionantes da invenção: "Com capacidade para transportar 5 mil pessoas por hora, a escada opera a uma velocidade de 27 metros por minuto e possui marcha reversível, permitindo o funcionamento tanto para subida quanto para descida."
Até hoje, a máquina permanece no local, sendo mantida pela mesma empresa há seis décadas.
A construção do Obelisco, um monumento destinado a homenagear os heróis da Revolução de 1932, só começou após a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954. Na época, o governo de São Paulo evitava qualquer ação que resultasse atritos com o governo federal, mesmo depois do Estado Novo.
O monumento incomodava Getúlio, pois a Revolução de 1932 foi um movimento de oposição ao seu poder durante as décadas de 1930 e 1940.
Há muitos anos, surgiu um projeto para a construção de um complexo para abrigar um cassino e um teatro dentro do Ibirapuera, que levaria assinatura do arquiteto Reynaldo Dieberger. A proposta também incluia uma hípica. Todo o espaço seria inspirado na art déco, o mesmo estilo da Biblioteca Mário de Andrade.
A Fundação Roberto Marinho, dona da Rede Globo, tem relações tradicionais com o parque mais icônico de São Paulo. O grupo já apresentou um projeto para a construção de uma rua que funcionaria 24 horas, com lojas, bancas de frutas e restaurantes. No entanto, a iniciativa nunca saiu do papel.
O Central Park, famoso parque no centro de Nova York, já presenteou o Ibira com um de seus bancos para turistas. A iniciativa partiu do ex-prefeito da cidade Michael Bloomberg, em 2011.
Atualmente, a peça encontra-se na Praça do Porquinho, que fica perto do portão 6.
Em 2013, o Ibirapuera foi um dos 25 lugares no mundo onde as pessoas mais fizeram check-in no Facebook. Mas, no Brasil, o local foi campeão do ranking. Na época, o parque integrava a lista internacional ao lado de outras famosas atrações, como a Disneylândia (da Califórnia), Buenos Aires e Puerto Madero.
Já em 2015, o Ibira entrou no ranking internacional dos 20 lugares mais mencionados no Facebook. O parque urbano ocupava a 15ª posição na lista, segundo a publicação no jornal britânico The Guardian.
Em cerca de 13 anos, ao menos seis corpos foram encontrados na área do Parque do Ibirapuera. Em maio de 2024, a Polícia Civil encontrou o corpo de um homem dentro do lago da área de lazer. A causa da morte ainda não foi descoberta pelos investigadores e o episódio assustou muitos visitantes.
Por outro lado, o local também foi palco de ocasiões bem inusitadas, até mesmo no período em que Suzane von Richthofen planejou o assassinato de seus pais, em 2002. Dois anos após o início de sua relação com Suzane, Daniel Cravinhos se encontrava com a então namorada no Modelódromo do parque. Além do romance, os encontros também foram usados para o planejamento do crime.