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Gurufim: Arlindo Cruz será velado em celebração afrobrasileira; entenda

A família pede que as pessoas que forem ao velório usem roupas claras, principalmente de cor branca

Arlindo Cruz: O artista morreu nesta sexta-feira (8), em decorrência de falência múltipla dos órgãos (Facebook/Divulgação)

Arlindo Cruz: O artista morreu nesta sexta-feira (8), em decorrência de falência múltipla dos órgãos (Facebook/Divulgação)

Agência Brasil
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Publicado em 9 de agosto de 2025 às 17h25.

O corpo do cantor e compositor Arlindo Cruz, 66 anos, será velado, a partir das 18h, na quadra da escola de samba Império Serrano, sua escola de coração. O corpo do sambista já chegou à escola e foi colocado no centro da quadra. O velório será aberto ao público.

O velório se estenderá até as 10h, da manhã deste domingo, 10. Logo no início da tarde, as primeiras coroas de flores a chegar, foram da Beija-Flor de Nilópolis e da presidência da República, com os dizeres: “Homenagem ao talento, poesia e generosidade do sambista perfeito. Solidariedade à família, amigos e fãs. Presidente Lula e Janja”.

A família pede que as pessoas que forem ao velório usem roupas claras, principalmente de cor branca. O velório será um gurufim, ritual de origem africana, trazido ao Brasil por povos escravizados, e que se manifesta em velórios festivos, marcados pela música, dança, comida e bebida. O objetivo é celebrar a vida de quem partiu e amenizar a dor da perda, transformando o luto em homenagem e alegria. A bateria da escola também se apresentará durante o velório.

O que é gurufim?

A palavra gurufim tem origem no idioma quimbundo, falado em Angola, e significa adeus ou despedida. Nas culturas de matrizes afro-brasileiros, especialmente no candomblé e na umbanda, o gurufim assume um significado mais profundo de ritual, envolvendo o encaminhamento da alma.

Nos lares brasileiros, principalmente no Rio de Janeiro, os velórios antigos eram velados em casa, no centro da sala. O corpo só ia para o cemitério na hora do enterro. Então, essa cerimônia aproximava todos os moradores da rua e do entorno das comunidades. As pessoas ficavam conversando, tomando café, comendo e bebendo. Durante toda a noite e madrugada, se revezando no velório.

O enterro está programado para este domingo, 10 às 11h, no cemitério Jardim da Saudade, na Sulacap, zona oeste da cidade. Antes de deixar a quadra, haverá uma cerimônia restrita, apenas para familiares e amigos. O artista morreu nesta sexta-feira (8), em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Desde 2017, ele enfrentava sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC).

Legado de Arlindo Cruz

Arlindo Cruz deixou um legado de mais de 700 músicas. Uma parte importante da história de Arlindo passa pelo tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos, onde frequentou rodas de samba e tocou ao lado de outro grandes nomes do gênero.

Nas redes sociais, o Cacique de Ramos emitiu uma nota em que diz ter registrado, “com profundo respeito”, a partida de Arlindo Cruz: “Sua trajetória permanece inscrita na história do samba e na memória da nossa instituição, como autor e intérprete que, com talento singular, integrou capítulos essenciais da nossa caminhada.”

A escola de samba carioca Império Serrano também teve papel de destaque na carreira de Arlindo. Ele compôs 12 sambas-enredo para os desfiles na avenida. E foi homenageado pela agremiação com um enredo em 2023 (foto).

“O Império Serrano lamenta, com imenso pesar e profunda dor, o falecimento de Arlindo Cruz, aos 66 anos, um dos maiores nomes da história do samba e filho ilustre da nossa coroa imperial”, disse a nota da escola.

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