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Guatemala terá o próprio metaverso com quintal de queijo e discos voadores

Uma pirâmide do sítio arqueológico de Tikal, a ceiba e a marimba, entre outros símbolos nacionais da Guatemala, dão ao universo virtual um toque "chapín"

Membros da empresa criadora do metaverso Platzeeland na Cidada da Guatemala, em 3 de maio de 2022 (AFP/AFP)

Membros da empresa criadora do metaverso Platzeeland na Cidada da Guatemala, em 3 de maio de 2022 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de maio de 2022 às 14h00.

Um bairro de casas com pátios de queijo ou terra lunar onde o avatar do dono pode interagir, além de discos voadores e pirâmides maias, todos com certificados de propriedade no mundo virtual. Assim será o "Platzeeland", um dos primeiros metaversos da América Latina, criado por guatemaltecos.

Cada "casinha" de voxels - ou pixels em terceira dimensão - nasce como uma alternativa aos metaversos já criados nos Estados Unidos e na Europa, contou à AFP Mario Ríos, diretor de projeto deste novo mundo virtual que será lançado em setembro.

"Temos a ideia (...) de que na América Latina não podemos fazer algo grande ou não podemos fazer algo bem. Então, foi aí que nos propusemos o primeiro desafio de criar um metaverso feito por guatemaltecos para a América Latina, mas que ressoe no mundo", diz Ríos, analista de dados de 26 anos.

Vista do modelo que simula as propriedades da empresa Portafolio Diversificado apresentada na Cidade da Guatemala, em 3 de maio de 2022

Vista do modelo que simula as propriedades da empresa Portafolio Diversificado apresentada na Cidade da Guatemala, em 3 de maio de 2022 (AFP/AFP)

O metaverso, considerado o futuro da Internet pela Meta (dona do Facebook) e outras empresas, consiste em uma série de "universos" paralelos que podem ser acessados principalmente por meio de plataformas de realidade virtual e aumentada.

O metaverso guatemalteco deu seu primeiro passo no final de abril, com a venda de 5.000 "Platzees": propriedades exóticas "colecionáveis" cercadas também por animais, carros de Fórmula 1, seres mitológicos e outras "raridades", que custam a partir de 500 dólares.

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Uma pirâmide do sítio arqueológico de Tikal, a ceiba (árvore) e a marimba (instrumento musical), entre outros símbolos nacionais da Guatemala, dão ao universo virtual um toque "chapín", como coloquialmente são chamados os guatemaltecos.

Todos possuem o certificado NFT (tokens não fungíveis), arquivos digitais que permitem associar autenticidade a objetos virtuais, que tendem a subir de preço no mercado.

"Terreno digital"

Segundo Ríos, as propriedades digitais também representam um investimento ao dar um "retorno" de 8% da compra no primeiro ano e de 5% a 11% nos anos seguintes. "Somos o segundo (metaverso) ou o terceiro no mundo que dá algo em troca".

Além das casas, os usuários "premium" do metaverso terão acesso à uma coleção de pinturas digitais NFT do artista plástico local Nathan Ardón.

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"Se a tendência (do metaverso) está chegando e vemos que é algo imparável como uma onda que já está a caminho, a questão é por que não fazê-lo internamente na América Latina, na Guatemala. Porque sim, pode ser feito", acrescenta Rodrigo Blanco (36), fundador da Portafolio Diversificado, a empresa por trás da "Platzeeland".

A empresa se baseia principalmente em investimentos imobiliários convencionais nos Estados Unidos e uma de suas casas foi tomada como modelo para os milhares de "lugares" do metaverso, no qual também será vendida o "terreno" (o solo virtual).

“Queremos oferecer (aos usuários) terreno digital acessível para que eles possam comprá-lo e nossa equipe de arquitetos possa ajudá-los a projetar um negócio” no metaverso, acrescenta Blanco, também gerente da empresa.

Eficaz e divertido

Distritos de moda, lojas e até centros médicos são alguns dos espaços que os criadores dessa cidade virtual pretendem construir, mas mantendo o design baseado na fantasia.

"O 'fantabuloso' do metaverso não é replicar a realidade. É criar um mundo imersivo distinto onde as leis da física, química e gravidade não se aplicam", aponta Blanco.

Ríos acrescenta que o metaverso não surge para “substituir” compras ou outras transações que já são feitas na Internet, mas para torná-las “mais eficientes, mais divertidas e, principalmente, criar uma experiência”.

(AFP)

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