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Fim do BBB? Para onde vai o programa após o fracasso da edição de 2023

Globo tem tarefa de casa de repaginar as dinâmicas e votações para garantir os milhões de reais em publicidade no próximo ano

Amanda vence BBB 23 (Gshow / TV Globo/Reprodução)

Amanda vence BBB 23 (Gshow / TV Globo/Reprodução)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 26 de abril de 2023 às 15h10.

O BBB 23 finalmente chegou ao fim, e o alívio do público não é porque ele voltará a dormir um pouco mais cedo durante a semana. Apesar do elenco promissor, a edição que consagrou Amanda como campeã foi um fracasso de audiência e teve as menores votações da história do programa.

Mas, como a Globo chegou até aqui? O primeiro ponto importante a ressaltar é que as reclamações não vêm de agora. Nos últimos anos, o público passou a se sentir impotente quando jogadores como Juliette e Arthur Aguiar passaram a conquistar torcidas organizadas tão poderosas que os tornaram vencedores do programa.

Quem assiste direto do sofá, ou seja, não está ligado nas redes sociais acompanhando o reality, não tem a mesma motivação de passar horas votando no Paredão do BBB. Com finais esperadas, não há suspense e, consequentemente, não há entretenimento. É difícil querer acompanhar qualquer jogo assim, muito menos um que acontece 24 horas por dia.

Pouca gente, pouco voto

Em 2023, o jogo foi dividido em dois quartos: o Fundo do Mar, com jogadores como Domitila, Fred Nicácio, Sarah Aline e Cezar Black; e o Deserto, com Aline, Amanda, Bruna, Larissa, Fred Desimpedidos, Cara de Sapato e mais. As "desérticas" conseguiram chegar no Top 4 com um grupo de fãs empenhados, que se uniram em mutirões para garantir a saída dos inimigos marítimos em todos os paredões da reta final do programa.

A saída de Cezar Black, Domitila e Ricardo Alface refletiram na audiência, que caiu consideravelmente nas últimas semanas. Mas, não só na reta final do programa, o BBB 23 foi marcado por uma baixa audiência e pouco engajamento nas votações.

Segundo a Globo, a média de audiência do programa na TV aberta foi de 19 pontos -- uma queda considerável em comparação com a edição anterior, que obteve 22 pontos na semana da final.

A diferença também foi observada na votação que consagrou Amanda como campeã na noite de ontem: foram 76 milhões de votos ao todo. É a final com menor engajamento desde que os votos migraram do SMS para a internet.

Para efeitos de comparação, o Paredão que tornou Arthur Aguiar o vencedor da edição de 2022 teve 10 vezes mais votos, alcançando 751 milhões. O de Juliette, em 2021, teve 633 milhões, sendo que cerca de 570 milhões (90%) foram só para ela.

Finalistas do BBB 23: votação foi a menor da história do programa (Gshow/Reprodução)

Sucesso publicitário

Mas, quando falamos das marcas patrocinadoras, o BBB 23 teve um resultado melhor do que o esperado. A edição teve o maior número de patrocinadores, com 13 marcas:

  • Amstel, McDonald’s, Pantene, QuintoAndar e Seara renovaram a parceria com o programa;
  • Ademicon, Downy, Hypera Pharma e TikTok evoluíram de ações de conteúdo na edição de 2022 para patrocínio em 2023; e
  • Esportes da Sorte, Mercado Livre, Pague Menos e Stone foram as marcas estreantes.

O programa contou ainda com a presença de 40 anunciantes em ações de conteúdo, um crescimento de 38% em relação ao ano anterior, recorde histórico para o reality. Vale ressaltar que os planos de patrocínio para a edição de 2023 iam de R$ 15 milhões a R$ 105 milhões.

Só as interações de usuários com as marcas nas redes sociais cresciam mais de 4.200% até três dias depois de uma ação, segundo dados do Globo Tracking, ferramenta da emissora que analisa o comportamento do público em relação às ações das marcas no BBB.

A Globo sempre foi a rainha dos espaços nobres na TV, mas a decepção que foi a audiência deve refletir no número de marcas presentes no ano seguinte. Especialmente se a fórmula do programa continuar a mesma.

BBB 23: eliminados voltaram para a casa uma última vez (Gshow / TV Globo/Reprodução)

BBB flopou?

Deixando o publicitário de lado, o que os números indicam é que o BBB precisa de uma reformulação para o próximo ano. Uma pequena minoria na internet não pode decidir as votações, e os telespectadores "do sofá" precisam de uma motivação (ou facilidade) maior para votar em quem eles querem eliminar.

No quesito de jogo, é evidente que as provas e dinâmicas da semana precisam sair da mesmice -- toda Prova Bate-Volta envolve escolher números aleatórios até um deles ser "o escolhido" que vai te livrar da berlinda, sendo que boa parte da meia hora de jogo é os participantes falando nomes de produtos.

Lollipop ou Grunge, Deserto ou Fundo do Mar. O jogo perde com a divisão de dois quartos, que simplifica as relações dentro da casa. Um quarto a mais, um quarto a menos, não sabemos o que sugerir. Mas as inúmeras cenas de Amanda deitada no Quarto Deserto mostram que ter o ambiente como refúgio não é bom para o reality.

As dinâmicas da semana estavam em modo aleatório no BBB 23. As mudanças deram certo em alguns momentos, como o Jogo da Discórdia com "tiro, porrada e bomba" e tempo limite para cada um falar, mas a falta de coerência ao longo das semanas e o leva e traz de Boninho -- que usa das redes sociais para revelar novidades do programa --  desagradou o público.

A produção do programa parece ter tentado de tudo, e tudo mesmo, para que os participantes se comprometessem mais e ficassem menos na mentalidade de grupo. Mas não deu certo. Mesmo com o contragolpe do contragolpe da indicação do anjo do sei lá o quê, nada salvou o BBB 23 de si mesmo.

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