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Elefantes chamam uns aos outros pelo nome, revela estudo

Pesquisa mostra que elefantes utilizam vocalizações específicas para identificar e se comunicar com indivíduos do grupo

Pesquisadores usaram inteligência artificial para compreender a vocalização dos elefantes. (Kapama River Lodge/Divulgação)

Pesquisadores usaram inteligência artificial para compreender a vocalização dos elefantes. (Kapama River Lodge/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de junho de 2024 às 09h34.

Pesquisadores usaram um algoritmo de inteligência artificial para analisar as vocalizações de dois rebanhos de elefantes-da-savana africanos no Quênia e descobriram que eles se chamam por nomes individuais que inventam para seus companheiros. Enquanto golfinhos e papagaios são conhecidos por imitar sons de outros indivíduos de sua espécie, os elefantes são os primeiros animais não humanos a usar nomes que não envolvem imitação, segundo os pesquisadores. As informações são do The Guardian.

No estudo publicado na segunda-feira (10), uma equipe internacional de cientistas utilizou um algoritmo de inteligência artificial para analisar as vocalizações de dois rebanhos selvagens de elefantes-da-savana africanos no Quênia. A pesquisa revelou que "os elefantes não apenas usam vocalizações específicas para cada indivíduo, mas também reconhecem e reagem a um chamado dirigido a eles, ignorando aqueles dirigidos a outros", disse Michael Pardo, autor principal do estudo e ecologista comportamental da Universidade Estadual do Colorado.

Os pesquisadores analisaram "roncos" de elefantes gravados na reserva nacional de Samburu e no parque nacional de Amboseli, no Quênia, entre 1986 e 2022. Utilizando um algoritmo de aprendizado de máquina, identificaram 469 chamados distintos, incluindo 101 elefantes emitindo um chamado e 117 recebendo um.

Anos para desenvolver habilidade

Os elefantes produzem uma ampla gama de sons, desde fortes trombetas até roncos tão baixos que não podem ser ouvidos pelo ouvido humano. Os nomes nem sempre eram usados nas vocalizações dos elefantes, mas quando eram, geralmente ocorriam a longas distâncias e quando adultos chamavam jovens elefantes. Adultos também eram mais propensos a usar nomes do que filhotes, sugerindo que pode levar anos para desenvolver essa habilidade.

O chamado mais comum era "um som harmonicamente rico e de baixa frequência", segundo o estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution. Quando os pesquisadores reproduziram uma gravação de um elefante chamando o nome de um amigo ou familiar, o animal respondeu positivamente e com "energia". Mas o mesmo elefante mostrou menos entusiasmo ao ouvir os nomes de outros.

Diferente dos papagaios e golfinhos, os elefantes não imitaram o som do destinatário pretendido. Isso sugere que elefantes e humanos são os únicos animais conhecidos por inventar nomes "arbitrários" uns para os outros, em vez de simplesmente copiar o som do destinatário. "A evidência de que elefantes usam sons não imitativos para identificar outros indica que eles têm a capacidade de pensamento abstrato", disse George Wittemyer, autor sênior do estudo.

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