Algumas marcas deixaram de nomear as promoções com o termo "Black Friday" em 2020 (Karolina Grabowska/ Pexels/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 16h31.
Desde 2010, primeiro ano de Black Friday no Brasil, a data vem se tornando cada vez mais popular e esperada pelos consumidores. Atualmente, é difícil encontrar algum empreendimento brasileiro que não toque no assunto na última semana do penúltimo mês do ano. Em 2023, a data oficial para o evento é 24 de novembro, mas ela pode variar ano a ano.
A data marca o início da temporada de compras de fim de ano e, nos Estados Unidos, procede o Dia de Ação de Graças. Que ela é conhecida por oferecer grandes descontos e promoções em diversos produtos de lojas físicas e no e-commerce, nós já sabemos. Mas seria o termo "Black Friday" racista ou ao menos pejorativo?
Desde 2020, o nome da Black Friday começou a ser questionado pelo público global, porque poderia trazer uma possível origem racista. O problema vem da associação do termo "negro" ao desconto, como se as pessoas pretas fossem algo desvalorizado, de baixo valor. Na época escravagista, sobretudo no Brasil, os negros eram vendidos por vezes com "desconto", a depender de suas condições físicas.
Algumas marcas deixaram de nomear as promoções com o termo "Black Friday" em 2020, outras de fato não entraram nem no mérito dos descontos. O Grupo Boticário, por exemplo, não aderiu à data. A marca declarou que, como não era possível determinar com certeza se o termo poderia ter origem racista, posto que não há nenhum estudo científico, eles não gostariam de participar de algo que pode ser nocivo à grande parte dos brasileiros. Assim, aderiram a uma campanha própria, chamada "Beauty Week".
Outras gigantes do varejo, como Natura e Americanas, também deixaram de usar o termo e associaram os descontos a outro nome. O Grupo Imaginarium adotou a expressão “Color Friday”, a M.A.C. optou pela "Beauty Friday" e a Adidas também trocou o termo por "Best Friday".
O termo "Black Friday" tem uma origem incerta. Pode ter sido usado pela primeira vez ainda no século XIX, relacionado a um esquema criado por investidores para enriquecer. São eles Jay Gould e Jim Fisk, que elaboraram uma forma de controlar o mercado de ações de ouro nos Estados Unidos — o que era ilegal.
Os dois conseguiram fazer o preço das ações disparar e enriqueceram, mas o governo tomou medidas, vendendo o estoque de ouro que tinha guardado. O resultado foi uma rápida desvalorização logo em seguida, que aconteceu em uma sexta-feira, ficando conhecida como "black friday".
Uma outra hipótese é que uma revista dos anos 1950 tenha chamado o dia após a Ação de Graças de "black friday". O motivo? De acordo com a publicação, grande parte dos trabalhadores agia na sexta-feira após o feriado como se tivessem sido contagiados pela peste negra.
Já uma última hipótese aponta que o termo se popularizou na Filadélfia. Por lá, os policiais começaram a utilizar o termo para se referir à sexta após o feriado, porque o trânsito de carros e de gente na rua ficava caótico.