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Disney altera 'alerta de racismo' em clássicos Peter Pan e Dumbo; veja o que muda

Decisão pode ter sido motivada pelo novo Governo Trump, segundo informações da Variety

Disney+: plataforma vai mudar 'alerta de racismo' exibido antes do início de clássicos problemáticos (YouTube/Reprodução)

Disney+: plataforma vai mudar 'alerta de racismo' exibido antes do início de clássicos problemáticos (YouTube/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 16h47.

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Em 2020, após uma enxurrada de vídeos e publicações nas redes sociais que evidenciavam preconceitos e representações negativas de culturas e raças em animações da Disney, a companhia tomou uma decisão: criou um alerta no Disney+ que sinaliza conteúdos considerados racistas antes do filme começar. Após a posse de Trump, no entanto, a mensagem vai mudar.

A informação foi publicada pela Axios. Clássicos como "Peter Pan" e "Dumbo", que trazem representações negativas de povos indígenas e representação racista, continham antes do início do filme o seguinte alerta: “Este programa inclui representações negativas e/ou maus-tratos de pessoas ou culturas. Esses estereótipos já eram errados na época e continuam errados agora".

Agora, o aviso vai mudar: "Este programa é apresentado como originalmente criado e pode conter estereótipos ou representações negativas." Segundo a Variety, o novo alerta coroa uma mudança geral na estratégia de diversidade, equidade e inclusão (DEI) da empresa, após a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

A empresa já havia adicionado um alerta sobre racismo em novembro de 2019 semelhante ao novo, que entra em 2025: "Este programa é apresentado como foi originalmente criado. Ele pode conter representações culturais desatualizadas."

A revista americana afirma que a diretora de Recursos Humanos da Disney, Sonia Coleman, explicou as mudanças em memorando enviado à liderança nesta terça-feira, 11.

"Criar um ambiente acolhedor e respeitoso para nossos funcionários e visitantes é um pilar essencial da nossa cultura e do nosso negócio. Nossos valores — integridade, criatividade, colaboração, comunidade e inclusão — guiam nossas ações e a forma como nos tratamos. Hoje, quero compartilhar uma atualização sobre como esses valores estão sendo incorporados nos programas de compensação dos nossos líderes, especificamente nos Outros Fatores de Desempenho (OPFs), além de destacar o trabalho que temos feito para evoluir nossa estratégia de talentos de acordo com esses princípios", escreveu ela.

Em quais filmes o aviso aparece?

Boa parte das animações com temáticas racistas ou representações negativas de culturas e raças são datadas nos anos 1940 e 1950. É o caso de "Dumbo" (1941), "Peter Pan" (1953) e "A Dama e o Vagabundo" (1955). Mas o anúncio se estende também para outros longas, como "Mogli: O Menino Lobo" (1967) e "Aristogatas" (1970).

Racismo e estereótipos em filmes clássicos da Disney

  • A Dama e o Vagabundo (1955): dois gatos siameses, Si e Am, são retratados com estereótipos antiasiáticos. Há também uma cena em um canil onde cachorros com "sotaque" retratam os estereótipos dos países de onde suas raças são — como Pedro, o chihuahua mexicano, e Boris, o russo Borzoi.
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  • Aristogatas (1970): um gato siamês chamado Shun Gon, dublado por um ator branco, é retratado com uma caricatura racista de um asiático — além de tocar piano com hashis, os pauzinhos de madeira usados por países asíaticos como talheres.
  • Dumbo (1941): o corvo principal, que ajuda Dumbo a aprender a voar, se chama Jim Crow — uma referência a um conjunto de leis segregacionistas do sul dos Estados Unidos do início do século 20 — e é dublado por um ator branco, Cliff Edwards.
  • Mogli: O Menino Lobo (1968): o personagem King Louie, um macaco com poucas habilidades linguísticas, canta um estilo de jazz de Dixieland (New Orleans) e é mostrado como preguiçoso. O personagem foi criticado por ser uma caricatura racista dos afro-americanos.
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  • Peter Pan (1953): o filme se refere aos nativos como redskins ("peles vermelhas"), uma expressão racista. Peter e os meninos perdidos também dançam com cocares, que a Disney agora afirma ser uma "forma de apropriação cultural dos povos indígenas". Uma música chamada originalmente O que torna o homem vermelho vermelho também foi considerada racista — mais tarde foi renomeada como O que torna o homem corajoso corajoso.
  • Song of the South — "A Canção do Sul" (1946): este é considerado um dos filmes mais polêmicos da Disney, que nunca foi lançado em vídeo ou DVD nos Estados Unidos. Sua representação do tio Remus, trabalhador da plantação, perpetua um antigo mito racista de que os escravos eram felizes nas plantações de algodão.
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