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Dia Internacional de Nelson Mandela: 7 curiosidades sobre a trajetória do líder sul-africano

Ativista e ex-presidente da África é lembrado por sua luta contra o regime do Apartheid no país

Nelson Mandela, conhecido pelo seu trabalho como ativista e ex-presidente da África do Sul (Mark Wilson/Getty Images)

Nelson Mandela, conhecido pelo seu trabalho como ativista e ex-presidente da África do Sul (Mark Wilson/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 18 de julho de 2024 às 12h32.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 13h10.

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Um dos maiores ícones da luta pelos direitos humanos, Nelson Mandela é imortalizado pelo seu trabalho como ativista, especialmente quando confrontou o regime do Apartheid, que segregava as pessoas negras na África do Sul, colaborando para o seu fim.

Nesta quinta-feira, 18, as realizações do advogado e ativista são lembradas na celebração do Dia Internacional de Nelson Mandela. A honraria partiu de uma inicativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera o sul-africano um dos principais defensores da liberdade.

Nascido em 1918, Nelson Rolihlahla Mandela, carinhosamente conhecido como "Madiba" pelos sul-africanos, deixou sua cidade natal, Mveso, para se mudar para a capital Joanesburgo com o próposito de se tornar um advogado. Na faculdade, este à frente de vários movimentos pela paz e contrários às medidas adotadas pelo governo contra a população negra.

O ativismo levou Mandela a ingressar na política. Em diversas ocasiões, ele foi preso pelas autoridades, em outras considerado foragido, e consequentemente considerado "o prisioneiro mais famoso do mundo". Mais tarde, Mandela ganhou influência entre várias comunidades do país até se tornar um político respeitado. Com elevada popularidade, o ativista chegou à presidência do país. Mandela faleceu em 5 de dezembro de 2013, em Joanesburgo, aos 95 anos.

Confira a seguir 7 curiosidades sobre Nelson Mandela:

Origem nobre

Mandela nasceu  na pequena vila de Mvezo, situada no leste da África do Sul. Ele pertencia à família real do povo Tembu, que fala a língua Xhosa, um dos maiores grupos étnicos do país.

Segundo o site Business Standard, Mandela era filho de Henry Mandela, chefe do clã Madiba, o que o colocava como seu herdeiro natural. No entanto, após o falecimento de seu pai, Nelson decidiu "abdicar de sua pretensão ao comando" para prosseguir seus estudos na capital, Joanesburgo, e seguir carreira como advogado.

Oprimido pelo Apartheid

Após se mudar para Joanesburgo, Mandela cursou Direito na Universidade de Witwatersrand e ingressou na política em 1944. A partir de 1948, começou a enfrentar os desafios do regime de segregação racial conhecido como Apartheid, que foi implementado pelo governo da época.

O regime discriminatório estabelecido pelo Partido Nacional segregava pessoas com base na raça, determinando onde poderiam viver, trabalhar, que tipo de educação poderiam receber, e até mesmo se teriam direito ao voto.

27 anos na prisão

O ativista foi preso, em junho de 1964, sob acusações de 'traição' ao governo de minoria branca que governava a África do Sul na época. Ele também recebeu acusação de sabotagem. Após o julgamento, Mandela foi condenado à prisão perpétua.

Durante grande parte de sua sentença, ele foi detido na prisão de Robben Island, próxima à Cidade do Cabo, onde foi submetido a trabalhos forçados, incluindo a quebra de pedras. Segundo um artigo da National Geographic Estados Unidos sobre sua vida, durante os anos 1980, Mandela recusou várias ofertas do governo para ser libertado antecipadamente.

Somente em 2 de fevereiro de 1990, o presidente sul-africano na época, F. W. de Klerk, reverteu a condenação de Mandela e de outros líderes antiapartheid, anunciando posteriormente a libertação de Madiba, conforme mencionado pela fonte.

Ao ser libertado e aparecer nas ruas da Cidade do Cabo, Mandela foi recebido por mais de 50 mil pessoas ansiosas para ouvir seu primeiro discurso público após mais de 20 anos de prisão. Ele declarou: "Nossa luta chegou a um momento decisivo. Nossa marcha em direção à liberdade é irreversível", palavras que foram transmitidas para o mundo todo.

Livro escrito na prisão

Sua trajetória foi descrita na autobiografia "Long Walk to Freedom" ("O Longo Caminho para a Liberdade"), publicado em 1994. O best-seller internacional também está disponível no Brasil. Mandela começou a escrever secretamente suas memórias enquanto ainda estava na prisão, e o livro foi contrabandeado para fora da cadeia por prisioneiros que foram posteriormente libertados.

O primeiro presidente negro da África do Sul em 300 anos

Em 1994, Mandela foi eleito presidente da África do Sul com mais de 60% dos votos, marcando o fim de três séculos de domínio europeu sobre os povos nativos africanos da região.

Sua vitória na corrida eleitoral foi celebrada não apenas pelos cidadãos sul-africanos, mas também por diversos líderes globais em razão de sua luta pela igualdade e defesa dos direitos dos negros. Por outro lado, o resultado foi uma surpresa entre as principais instituições do país, após inúmeros episódios de violência e intimidação durante as eleições, de acordo com uma publicação da National Geographic.

Duas décadas antes de assumir a presidência, as pessoas negras no país não tinham direito ao voto e enfrentavam segregação em ônibus, trens e outros espaços públicos. A vida sob o regime de segregação racial incluía restrições severas, como acesso limitado a praias, mercados e restaurantes, designados exclusivamente para negros, e a obrigação de viver em bairros considerados guetos.

Nobel da Paz

Em 1993, Nelson Mandela ganhou o Prêmio Nobel da Paz, compartilhado com F. W. de Klerk, em reconhecimento por seus esforços no combate ao Apartheid. A honraria do Comitê Norueguês do Nobel foi considerado um dos mais relevantes da vida de Mandela.

Impacto cultural

Marcada por ideais, confrontos, prisões e vitórias, a vida de Nelson Mandela inspirou vários ativistas, políticos e organizações envolvidos em ações de direitos humanos e de combate ao racismo. Sua trajetória também foi contada em filmes, produções de TV, músicas e quadrinhos. Confira a seguir:

Invictus (2009)

Dirigido por Clint Eastwood, o filme mostra Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela em um momento de união nacional proporcionada pela Copa Final de Rugby Union de 1995. O longa-metragem está disponível no Max.

Reconciliação: o milagre de Mandela

Uma homenagem a Nelson Mandela, o notável líder responsável por desmantelar o regime do Apartheid na África do Sul e restaurar a democracia no país durante os anos 90. Mandela enfrentou a desafiadora missão de promover a reconciliação entre duas comunidades historicamente inimigas dentro da África do Sul. Sua dedicação incansável à paz e à justiça tornou-se um exemplo global de como o diálogo e a compreensão mútua podem superar décadas de divisão e opressão.

Nelson Mandela - The Autorized Comic Book

HQ que conta a trajetória política de Nelson Mandela e o regime do Apartheid em quadrinhos.

Free Nelson Mandela

"Free Nelson Mandela", da banda inglesa The Special A.K.A., foi a primeira música lançada explicitamente sobre o líder enquanto ele ainda estava preso.

Composta por Jerry Dammers, a canção se tornou um poderoso hino contra o apartheid. Lançada no álbum "In The Studio" de 1985, inspirou movimentos subsequentes que clamavam pela libertação de Mandela.

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