Em 14 de junho comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue, uma homenagem a todos aqueles que, por meio da doação, salvaram vidas — e funciona também como um incentivo para novos doadores.
Embora a necessidade de sangue seguro seja universal, os hemocentros das cidades brasileiras enfrentam dificuldades para encontrar novos doadores. Dados do Ministério da Saúde informam que globalmente, 42% do sangue doado é coletado em países de alta renda, que abrigam apenas 16% da população mundial.
No Brasil, somente 1,4% da população é doadora regular de sangue; um número bastante baixo para a quantidade de pessoas que necessitam da doação. Para se ter ideia, o sangue doado pode ajudar em tratamentos e intervenções urgentes, pode salvar vidas em emergências envolvendo acidentes e hemorragias, apoia procedimentos médicos e cirúrgicos complexos e pode auxiliar nos cuidados maternos e neonatais.
Origem do Dia Mundial do Doador de Sangue
A escolha da data chegou em 2005, na Assembleia Mundial da Saúde, como uma forma de agradecer os doadores e incentivar mais pessoas a doar sangue. O dia 14 vem em homenagem ao aniversário de Karl Landsteiner, que descobriu o fator Rh no sangue (positivo ou negativo) e as variações existentes entre os tipos sanguíneos (A, B, AB e O).
Quem pode doar sangue?
Por aqui, muitas vezes a falta de doadores acontece por desinformação: muitos brasileiros desconhecem os pré-requisitos para poder doar sangue, ou têm medo do processo. E a verdade é que o processo é bem tranquilo e quase todo mundo pode ser doador.
Segundo o Ministério da Saúde, podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 aos, com no mínimo 50kg, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos.
Quem não pode doar sangue?
A Fundação Pró Sangue, do maior hemocentro de São Paulo, traz os seguintes impedimentos de doação:
- Pessoas que tiveram hepatite após os 11 anos de idade e pessoas que tiveram hepatite B ou C;
- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;
- Uso de drogas ilícitas injetáveis;
- Pessoas que tem ou já tiveram malária;
- Pessoas com Doença de Parkinson;
Requisitos temporários para não doação de sangue
- Pessoas com tatuagens recentes (menos de 12 meses);
- Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas;
- Pessoas grávidas, tendo que esperar 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana;
- Pessoas em processo de Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses);
- Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia, etc.): aguardar 6 meses.
- Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): por 7 dias.
- Cirurgia odontológica com anestesia geral: por 4 semanas.
- Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses.
- Vacina contra gripe: por 48 horas.
- Vacina contra Coronarivus:
- 48 horas após cada dose (Coronavac e Covaxin);
- 7 dias após cada dose (AstraZeneca, Pfizer, Janssen-Cilag e Moderna).
- Viagem ao exterior para qualquer país impede a doação por 30 dias, após o retorno.
- Viagem no Brasil: estados como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são locais onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses para doar, após o retorno.
- Europa: quem morou na Europa após 1980, verificar aptidão pelo Alô Pró-Sangue
- Doenças:
- Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões.
- Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura (vírus Varicella Zoster).
- Malária: quem esteve em países com alta prevalência de malária deve aguardar 12 meses após o retorno para doar. (critério semelhante ao dos estados brasileiros com prevalência elevada de malária).
- Febre Amarela: quem esteve em região onde há surto da doença deve aguardar 30 dias para doar, após o retorno; se tomou a vacina, deve aguardar 04 semanas; se contraiu a doença, deve aguardar 6 meses após recuperação completa (clínica e laboratorial).
- Coronavírus:
- Candidatos que apresentaram diagnóstico ou suspeita de coronavírus estão aptos a doar 10 dias após a completa recuperação.
- Candidatos assintomáticos com teste positivo estão aptos a doar após 10 dias da data de realização do teste.
- Candidatos que tiveram contato com casos positivos de contaminação por coronavírus estão aptos a doar após 7 dias do último contato.
- Candidatos que fizeram isolamento voluntário ou por orientação médica estão aptos a doar após o término do tempo de indicação de isolamento.
- Profissionais de saúde estão aptos a doar, desde que estejam fazendo uso correto de EPI.
O que precisa fazer para doar sangue?
Os pré-requisitos listados pelo Ministério da Saúde são:
- Apresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe), serão aceitos documentos digitais com foto;
- Pesar no mínimo 50 kg;
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
- Estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue;
Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
- Não ingerir bebida alcoólica pelo menos 12 horas antes da doação;
Quantas vezes posso doar sangue?
Para homens, é possível doar sangue de 2 em 2 meses, não ultrapassando o máximo de 4 doações ao ano. Para mulheres, o intervalo é de 3 em 3 meses, sendo no máximo 3 doações anuais.