Documentário une a cultura do funk à do futebol no Brasil (Leandro Fonseca/Exame)
A menos de dois meses da Copa do Mundo de 2022, a conexão do brasileiro com o esporte fica mais ressaltada. E, junto com ela — até por uma questão cultural — a música também se sobressaltasse, especialmente o Funk, tão entrelaçado com o futebol. Centrada nesse meio, nesta segunda-feira, 10, após vários meses em produção, a Paramount+ estreia o "Funkbol", uma série documental sobre ambas as paixões do Brasil.
Com produção do VIS, em parceria com a Adventures Studios e KondZilla e com apoio da CBF, é possível explorar duas das maiores paixões nacionais que, ainda que não pareçam, são complementares. Mc's e jogadores por vezes têm os meios anseios, vêm de um mesmo lugar e acabam representando uma parte muito expressiva da cultura brasileira — especialmente aquela vinda da periferia.
"O legal é contar a história com a pauta que está em alta, contar histórias que a gente conhece de trás para frente e que a gente inclusive não apenas observou, não, mas teve a oportunidade de construir junto". diz KondZilla em entrevista exclusiva à EXAME. "Estamos de olho nesses novos formatos porque o que a gente gosta mesmo é de contar essas histórias, que são nossas", complementa.
Em cinco episódios, Antony, Gabigol, Guilherme Arana, Tamires Dias, Matheus Cunha, MC Guimê, MC Hariel, MC Kekel, MC Livinho, MC Menor MR, MC Poze Do Rodo e Rodrygo Goes e outros jogadores exploram essa cultura brasileira entrelaçada e revelam a ascensão do esporte e da música tão perto da Copa do Mundo no Catar.
"Acho que a gente fez um conteúdo bem especial aí. Espero que essa série seja um hit, e não apenas no Brasil, mas em todo mundo. É aquela frase: para você ficar grande no mundo, você primeiro tem que ficar grande no seu território. Eu acredito que a Paramount vai nos ajudar a promover e chegar nesse lugar aí, que esse show merece", complementa KondZilla.
Para KondZilla, com essa grande mistura de talentos, a produção do documentário foi trabalhosa, mas, ao mesmo tempo, uma oportunidade de mostrar a importância de duas culturas complementares e igualmente importantes para o brasileiro.
"O desafio mesmo é casar agenda de dois perfis de talentos diferentes. Imagina que reunimos os maiores atletas do mundo de um segmento do futebol e os maiores talentos brasileiros de um segmento da música, que é o funk. Acho que foi um misto de desafio e motivação que chegou em um resultado incrível", revela o artista.
Ele revela também que a grande novidade do documentário, além de colocar a cultura do funk e do futebol em cena — inclusive do futebol feminino e da ascensão das Mc's — é ter a oportunidade de fazer parte da narrativa dessas pessoas.
"Associam muito a KondZilla ao funk, mas, na verdade, o que a gente faz é contar história. E trabalhar nesse porte com o que a gente gosta, com funk e com futebol, que tem tudo a ver um com o outro, misturando essas duas coisas, é uma baita oportunidade", afirmou o produtor. "A gente está aqui para contar histórias dessa galera, seja a história dentro de uma canção de três minutos, seja uma história no artigo editorial, seja uma história em um documentário de cinco episódios de 30 minutos", complementa.
Outro ponto que o documentário aborda é justamente uma outra forma de enxergar a cultura periférica que, longe de ser marginalizada, tem produzido a maior parte dos conteúdos mais consumidos no País.
"De verdade de coração, eu espero que o esses dois temas futebol e funk sejam gatilho seja uma provocação para a gente ter oportunidade de contar histórias outras histórias de outros tipos de talentos da Periferia", diz ele. "Eu espero muito porque a gente que faz parte disso, a gente se sente muito orgulhoso em fazer parte dessa construção, mas a gente sabe que na periferia não tem apenas dois tipos de talento, não é só jogador de futebol e só cantores", argumenta.
"Espero nas próximas temporadas aí, se Deus quiser, que essa série vai ser um hit, a gente vai contar outro tipo de histórias".
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