"Barbie" e "Oppenheimer" estrearam no cinema em 20 de julho de 2023 (Barbie/Oppenheimer/ Warner/ Universal/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 24 de julho de 2023 às 16h37.
Última atualização em 24 de julho de 2023 às 17h17.
Há tempos o cinema não vivia uma estreia dupla de dois dos filmes mais aguardados do ano, como foi com "Barbie" e "Oppenheimer". Na última quinta-feira, 20, ambos os filmes marcaram um lançamento que levou milhares de pessoas às salas de cinema — muitas delas, inclusive, para ver os dois longas, um seguido do outro —, fenômeno que o streaming, há tempos, vinha deixando mais raro.
A Exame já assistiu a "Barbie" e "Oppenheimer", leia a crítica aqui e aqui e saiba o que esperar da produção.
Mas não foi só a presença de fãs vestidos inteirinhos de rosa ou de preto que chamou a atenção do fenômeno "Barbenheimer". A estreia dos dois, diametralmente opostos em gênero e enredo, também se transformou na maior bilheteria dos últimos quatro anos — e a quarto maior final de semana da história, de acordo com dados da Variety. Foram, internacionalmente, US$ 337 milhões de bilheteria para o filme da boneca e US$ 174 milhões para o longa do "pai da bomba atômica".
Na frente da produção de Greta Gerwig e Christopher Nolan, ficam somente os filmes "Vingadores: Ultimato", "Vingadores: Guerra Infinita" e "Star Wars: O Despertar da Força", respectivamente.
Vale destacar que ambos os filmes tiveram investimento de U$ 100 milhões, ou seja: no primeiro final de semana após a estreia, já recuperaram o valor investido.
Por aqui, a estreia dupla do "Barbenheimer" fez um tremendo sucesso. Além dos "memes" gerados pelos brasileiros sobre os dois lançamentos, todo o marketing voltado ao filme da "Barbie" — muito apoiado por diversas marcas — e o "dress-code" rosa e preto também impulsionaram a bilheteria.
Se não bastasse o "frenesi" gerado pelas redes sociais e pelas marcas, algumas redes de cinema brasileiras abraçaram o fenômeno e ofereceram sessões duplas. O Petra Belas Artes, por exemplo, trouxe o "Corujão Barbenheimer" na última sexta, sábado e domingo, com ingressos que contemplavam os dois filmes em sessões da madrugada. O resultado foi surpreendente: os ingressos dos três dias esgotaram.
"Barbie" teve uma estreia bastante disputada na última quinta-feira, 20. Só no lançamento, o filme arrecadou R$ 22,7 milhões e reuniu mais de 1,2 milhões de pessoas nas salas de cinema, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), tornando-se a segunda maior estreia do cinema do país, atrás de "Vingadores: Ultimato" (2019).
Já "Oppenheimer" teve o maior final de semana de abertura de um filme original de Christopher Nolan no Brasil. Foram mais de 500 mil espectadores e bilheteria nacional avaliada em R$ 13 milhões, segundo a Universal.
Nas salas norte-americanas, o fenômeno de passar mais de cinco horas seguidas no cinema rendeu ainda mais bilheteria para as duas estreias. De acordo com os dados da AMC Entertainment Holding Inc. e Cineworld Group Plc's Regal, o primeiro final de semana contou com mais de 200 mil espectadores.
Por lá, os dias 22 e 23 de julho geraram o melhor fim de semana do cinema desde "Vingadores: Ultimato" (2019).
Já no Reino Unido, as duas estreias de fato tomaram as salas britânicas e quebraram recordes. A rede Vue, que tem 91 cinemas nos países e Irlanda, publicou nesta segunda-feira que os dois filmes trouxeram o maior número de público em quatro anos. "Barbie" sozinho se tornou a segunda maior bilheteria da história.
Há algum tempo o cinema não tinha salas tão cheias no primeiro final de semana de estreia. E são muitos os motivos que justificam a ausência de público, mas em tempos de streaming, sair de casa (e pagar caro por um ingresso) tem sido menos corriqueiro do que no início dos anos 2010.
Nem tudo que o streaming trouxe, entretanto, veio para desacelerar o ritmo do cinema. Mais chocante do que ter as salas lotadas com "Barbie" e "Oppenheimer" foi perceber que o público está disposto a "maratonar" mais de cinco horas seguidas fora de casa — e também a ficar "longe" do celular.
Depois de bilheterias desmotivadoras, como foi com "The Flash", "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" e "Elementos", é válido dizer que o fenômeno "Barbenheimer" foi um alívio para os estúdios. E mostrou que o marketing além do filme é fundamental para atrair o público de volta às salas de cinema.
A divulgação pink de "Barbie", contrastada a terrível e dramática história de "Oppenheimer" tiraram dos brasileiros (e do resto do mundo) um humor que saiu das redes sociais e chegou ao vestuário. Acessórios pink, com o logo da boneca, e mesmo vestes mais escuras ou chapéus pretos tomaram as ruas na última semana, na expectativa pelos dois longas.
Juntos, "Barbie" e "Oppenheimer" levaram 1,7 milhões de brasileiros às salas de cinema. E provaram que, apesar dos fracassos de bilheteria recentes, ainda há espaço para assistir aos filmes fora de casa.