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Chico, o Vendedor Raiz e uma reflexão que vale para todos: autoestima importa

Humorista gaúcho palestrou para uma plateia de empreendedores na Gramado Summit e falou sobre seu sucesso inesperado e a importância da leveza

Chico, o Vendedor Raiz no palco: personagem virou coisa séria após contrato com multinacional  (Guto Silva/Divulgação)

Chico, o Vendedor Raiz no palco: personagem virou coisa séria após contrato com multinacional (Guto Silva/Divulgação)

Lucas Amorim
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 5 de junho de 2025 às 19h26.

Última atualização em 5 de junho de 2025 às 19h53.

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Gramado (RS)* - "Eu era aquela criança tão tímida que me escondia atrás do cartaz". A frase é do humorista Francisco Cechin Junior, o "Chico, o Vendedor Raiz", um sucesso no Instagram com 950 mil seguidores. Com quase 2 metros de altura, cabelo meticulosamente penteado para trás, camisa aberta e correntes douradas no peito, sapato dourado e voz grossa, Chico é o oposto da timidez.

Ao lado de Cássio Filter, managing director da KTO, e do jornalista Marco Aurélio Souza, ele fez um dos painéis mais disputados da Gramado Summit, evento para empreendedores que reúne 20 mil pessoas por três dias na Serra Gaúcha. O público se aglomerou para ouvir as tiradas que fizeram do personagem um sucesso nas redes, com suas visitas a bares "raiz" e negociações de carros, os "briques", com táticas pouco republicanas. Mas o que mais chamou a atenção foi o valor dado pelo humorista à autoestima conquistada em sua trajetória. É daquelas lições que valem para todos.

"O sucesso com o personagem me deu uma sensação boa, de realização. Parecia que eu encontrava ali algumas respostas que eu procurava", disse. "Parecia até uma realização do ponto de vista espiritual. Parecia que a baixa autoestima e as dúvidas internas sumiam." Ele costuma dizer que o personagem é uma “benção”.

Antes de criar o Chico Raiz, Cechin trabalhava na Aurora Máquinas, uma empresa de Bento Gonçalves, sua cidade natal, onde fazia manutenção de equipamentos. Era um trabalho pouco glamuroso, que demandava viagens constantes para se hospedar em pousadas tão simples que tinham banheiro coletivo e “até cinzeiro no quarto”. E que não preenchia as ambições adormecidas do futuro humorista.

A guinada na carreira começou de repente, numa comunidade online chamada de FaceBrique. Por lá, Cechin começou a ler uns anúncios de produtos cheios de problemas e tentando repassá-los como ótimas oportunidades de negócio. "Eram itens como um Chevette que se batesse um vento norte, virava pó", diz. Sua inspiração foi um vendedor trambiqueiro que lhe empurrou um Kadett 1993.

Foi um sucesso instantâneo e começou a circular por grupos de WhatsApp. Ele passou a receber pedidos para gravar áudios sob encomenda, e começou a cobrar por isso valores que iam de R$ 50 a R$ 600. "Gravava os áudios depois de voltar do trabalho e avançava noite adentro. Eram dez, 15 por dia. Uma hora passei a receber tantos depósitos que o banco bloqueou minha conta. Achou que estava metido em algo ilegal", diz.

O personagem começou a virar coisa séria em 2019, quando a KTO, uma multinacional de apostas online, entrou em contato para contratar Chico Raiz como influenciador para suas campanhas. A empresa havia escolhido o Rio Grande do Sul como porta de entrada no Brasil, e mantém até hoje contrato com o humorista.

"Lembro que uma vez eu pedi para o Chico mandar um áudio para nós. Ele estava em Balsas, no interior do Maranhão. Outra vez estava consertando uma máquina no interior da Bolívia. Ele dizia, posso te mandar o áudio quando voltar para o hotel?", relembra Cássio Filter.

Segundo Cechin, os primeiros contratos de marketing lhe deram uma injeção de ânimo para seguir apostando no novo personagem. "Tive muitas pedras no caminho, muito negativismo. Se você balança na sua convicção e alguém te critica, pode te derrubar", diz. Entre as críticas, Cechin ouvia que “um pai de família não ia conseguir viver de audiozinho”.

Depois de ser "levado a sério", o humorista largou o emprego fixo e apostou tudo no personagem. Criou a CR Produções Artísticas e hoje tem contratos de publicidade e participa de eventos corporativos e já foi até ao palco de Luciano Huck. Tudo para ensinar as manhas da “venda raiz”.

*O jornalista viajou a convite da Gramado Summit

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