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Camilla, a rainha consorte com uma estreia discreta sem passos falsos

Comprometida na luta contra a violência machista e na promoção da leitura, já tem aprovação de 53% dos britânicos, diz pesquisa

Rainha consorte Camila durante uma visita ao castelo de Cardiff, no sul de Gales, Reino Unido (AFP/AFP)

Rainha consorte Camila durante uma visita ao castelo de Cardiff, no sul de Gales, Reino Unido (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 18 de setembro de 2022 às 20h29.

Aos 75 anos, Camilla, a esposa do rei Charles III, se inseriu sem problemas no papel de rainha consorte após a morte da rainha Elizabeth II, como uma figura sólida e familiar que acompanha o novo monarca.

Em seu primeiro discurso como rei no dia 9 de setembro, Charles não esqueceu de mencionar sua "amada esposa", com quem se casou em 2005, oito anos após a morte de Diana.

"Sei que ela saberá responder as exigências de seu novo cargo com a dedicação inabalável, que conta tanto para mim", destacou um dia após a morte de sua mãe, aos 96 anos.

Em 8 de setembro, Camilla acompanhou seu marido ao castelo escocês de Balmoral, onde a rainha faleceu, e desde então aparece junto ao novo monarca em todas as suas viagens pelo Reino Unido.

Durante muito tempo os britânicos viam Camilla de maneira negativa, por considerá-la responsável pela separação entre Charles e a popular Diana de Gales, mas, pouco a pouco, ela conseguiu melhorar sua imagem.

Camilla, comprometida na luta contra a violência machista e na promoção da leitura, conseguiu que Elizabeth II, que não compareceu ao seu casamento civil com Charles, aceitasse que poderia se tornar "rainha consorte".

Sua popularidade melhorou. Segundo uma pesquisa do instituto YouGov publicada na terça-feira (13), 53% dos britânicos acreditam que ela fará um bom trabalho. No ano passado, menos da metade queria vê-la como rainha.

Na sexta-feira, durante a interminável fila de espera para se curvar ao caixão de Elizabeth II, as pessoas entrevistadas pela reportagem destacaram o "apoio" que dão ao novo rei e asseguram que aprenderão a gostar dela.

"Mudei de opinião nos últimos cinco a dez anos", explicou Peter Finlayson, de 37 anos. "Camilla sempre esteve ali por Charles, é um importante apoio e conquistou o direito de estar ali", diz Finlayson, antes de explicar: "Proporcionaram a continuidade que pensávamos ter perdido com a rainha".

Já para Deborah Toulson, uma professora de Matemática de 57 anos e atenta aos gestos de Camilla em relação a Charles e suas últimas aparições públicas, "essa semana, em particular, ela foi incrível".

Dedo quebrado

Quando Charles III recebeu as condolências do Parlamento britânico em Westminster, Camilla estava lá, vestida de preto e com seu reconhecido corte de cabelo.

Quando o rei e seus irmãos faziam vigília no caixão da rainha em Edimburgo, também estava presente, ao fundo.

Os tabloides elogiam os detalhes discretos da rainha consorte, que prendeu em seu vestido um broche de diamantes em formato de cardo, presente de Elizabeth II.

Além disso, exaltam seu compromisso. Segundo o jornal Telegraph, Camilla percorreu todos esses quilômetros apesar de estar se recuperando de um dedo do pé quebrado.

"Está com muita dor, mas está lidando com isso. O momento é infeliz, é o mínimo que podemos dizer", disse uma fonte ao jornal conservador.

E quando uma caneta que perdeu a tinta acabou com a paciência do novo rei, na Irlanda do Norte, Camilla reassumiu inabalável o motivo da ira.

"Mostrou ao longo do tempo que era um grande apoio para Charles e reafirmou isso durante essa semana, se mostrando muito calma", afirma Anne-Marie Whatts, na fila em Londres.

Sua biógrafa, Angela Levin, afirmou no Telegraph que sua lealdade a Charles III e sua dedicação à monarquia a tornaram uma base sólida para o novo rei.

Para ele, os conselhos da rainha consorte "que teve uma vida relativamente normal até os 50 anos" podem ser preciosos para seu marido, que está dentro da bolha real desde seu nascimento.

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