Cacá Diegues, cineasta (Alberto PIZZOLI/AFP)
Repórter
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 08h57.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 09h12.
Faleceu nesta sexta-feira, 14, aos 84 anos, o renomado cineasta Cacá Diegues, figura icônica do cinema brasileiro. A informação foi confirmada pelo jornal O Globo. A causa da morte ainda não foi revelada.
Cacá Diegues nasceu em Maceió, Alagoas, no dia 19 de maio de 1940, e se destacou como um dos fundadores do movimento Cinema Novo, nos anos 1960, ao lado de nomes como Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos.
Com sua contribuição pioneira ao Cinema Novo, ele assinou obras que marcaram o cinema nacional e conquistaram reconhecimento internacional, como Xica da Silva, Bye Bye Brasil e Um Trem para as Estrelas.
Além de sua relevância no cenário artístico, Diegues foi um crítico ativo da ditadura militar, sendo uma figura importante na resistência política do Brasil. Durante esse período, chegou a viver exilado na Itália e na França.
Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira que antes era ocupada por seu amigo Nelson Pereira dos Santos.
Cacá Diegues criou um legado cinematográfico que se tornou essencial para o cinema brasileiro. Além de dirigir filmes, ele também trabalhou em comerciais e videoclipes, sempre abordando a história política, social e cultural do Brasil.
Sete de suas obras chegaram a concorrer a uma indicação ao Oscar: Xica da Silva, Bye Bye Brasil, Um Trem para as Estrelas (1987), Dias Melhores Virão (1989), Tieta do Agreste (1997), Orfeu (2000) e O Grande Circo Místico (2019).
O filme narra a trajetória de Xica da Silva, uma mulher negra que se torna amante de um contratador de diamantes no Brasil colonial. Ao longo de sua jornada, a produção aborda temas como poder, sexualidade e resistência à opressão racial e social.
Um road movie que acompanha um grupo de artistas em uma jornada pelo interior do Brasil, viajando em um caminhão e realizando apresentações. O filme explora a cultura popular brasileira, além de fazer uma crítica às transformações sociais e econômicas dos anos 1980.
Adaptado do romance de Jorge Amado, o filme acompanha Tieta, que retorna à sua cidade natal depois de anos de exílio. Ao desafiar as normas locais, ela provoca mudanças profundas, abordando questões como sexualidade e emancipação feminina.
Neste filme, Deus decide visitar o Brasil à procura de um novo lar para os seus filhos. A história segue suas aventuras enquanto ele tenta compreender a complexidade da cultura brasileira, refletindo sobre fé, esperança e as contradições da sociedade.
Uma narrativa visualmente impressionante que segue a trajetória de uma família envolvida com um circo durante o século XX. Misturando realidade e fantasia, o filme trata de temas como amor, perda e a busca por identidade, em meio a profundas transformações sociais e políticas no Brasil.