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Redação Exame
Publicado em 15 de junho de 2025 às 09h58.
Bira Presidente, um dos maiores nomes da história do samba, morreu aos 88 anos neste sábado, 14, no Rio de Janeiro. Ele estava em tratamento contra um câncer de próstata e também enfrentava o Alzheimer.
Percussionista, cantor e compositor, Bira foi peça-chave na fundação do bloco Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal. Através de suas rodas de samba em Ramos, na zona norte do Rio, ajudou a consolidar uma nova linguagem musical que influenciou profundamente o gênero.
Nascido Ubirajara Félix do Nascimento, em 1937, no bairro de Ramos, Bira cresceu em um ambiente familiar ligado à música e à religião. Frequentava rodas onde estavam nomes como Pixinguinha e Donga, e herdou da mãe — uma mãe de santo da Umbanda — a conexão entre o ritmo e a espiritualidade.
Ainda criança, passou a frequentar a Estação Primeira de Mangueira, escola à qual manteve vínculos afetivos por toda a vida.
Em 1961, Bira fundou o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, bloco de carnaval que se tornaria também um dos mais relevantes centros culturais da história do samba. A sede do grupo, chamada “Doce Refúgio”, virou ponto de encontro de sambistas e berço de inovações rítmicas que moldaram o pagode moderno.
Foi ali que surgiu o Fundo de Quintal, grupo pioneiro no uso de instrumentos como o tantã, o banjo e o repique de mão. Ao lado de músicos como Ubirany e Almir Guineto, Bira ajudou a consolidar uma nova sonoridade e lançou as bases para artistas como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Arlindo Cruz.