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Argolândia: conheça o misterioso continente descoberto após 155 milhões de anos

Território pertencia ao oeste da Austrália e era formado por fragmentos microcontinentais

Argolândia: continente formado há 155 milhões de anos (Universidade de Utrecht/Reprodução)

Argolândia: continente formado há 155 milhões de anos (Universidade de Utrecht/Reprodução)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 13h43.

Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 13h53.

Um grupo de cientistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, anunciou recentemente a descoberta de Argolândia, um continente formado há 155 milhões de anos e que até então permaneceu um mistério.

A Argolândia consistiu em um imenso território com 5 mil km de extensão na planície abissal de Argo, uma bacia submarina nas profundezas do oceano. No entanto, não é considerado um continente comum, pois era formado por fragmentos microcontinentais.

Segundo os geólogos Eldert Advokaat e Douwe van Hinsbergen, o território se separou do oeste da Austrália há 300 milhões de anos. Na época fazia parte do supercontinente Gonduana, e se dividiu em inúmeros fragmentos diferentes, dando origem a uma espécie de 'colagem geológica', que ficou submersa por milhares de anos.

Os pesquisadores investigaram a região do Sudeste Asiático, incluindo Sumatra, as Ilhas Andamã, Bornéu, Sulawesi e Timor, onde acreditam que a fragmentação do continente ocorreu. Os estudos também contaram com a ajuda de fósseis, cadeias de montanhas e rochas, cujos sinais de transformação indicavam a existência da Argolândia.

Onde a Argolândia está atualmente?

De acordo com os geólogos holandeses, os fragmentos da Argolândia não têm uma localização exata, pois se espalharam por diversos pontos do planeta. Acredita-se que uma parte afundou e está nas placas oceânicas sob o sudeste da Ásia.

Os pesquisadores também apontaram para fragmentos nos mares da Indonésia e Mianmar.

Como a descoberta ocorreu?

Os locais dos fragmentos da Argolândia foram revelados pelos cientistas com a ajuda de modelos de computador. No entanto, os esforços duraram sete anos e contaram com uma investigação intensa.

"Nós estávamos lidando com ilhas de informação e, por isso, a pesquisa demorou tanto tempo. Passamos sete anos tentando montar esse quebra-cabeças. (...) O fato de a Argolândia ter se dividido em diferentes pedaços obstruiu a nossa visão sobre a jornada feita pelo continente", explicou Eldert Advokaat, um dos responsáveis pelo estudo.

Os cientistas envolvidos defendem que a descoberta pode trazer mais informações sobre a história geológica da Argolândia e os processos de transformação da biodiversidade, assim como a sua importância para a formação do planeta Terra.

Eles também afirmam que o continente deva se classificado, na verdade, como "Argopélago", levando em consideração a ruptura do território em vários fragmentos.

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