Sean "Diddy" Combs: queda no patrimônio e reviravolta na carreira após escândalos. (Dimitrios Kambouris/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 3 de julho de 2025 às 10h25.
O rapper P.Diddy teve seu julgamento encerrado na última quarta-feira, 2 em um tribunal federal de Manhattan. Ao fim do julgamento, ele foi condenado por dois crimes menores relacionados ao transporte para fins de prostituição, mas absolvido das acusações principais de tráfico sexual e conspiração de extorsão.
O veredito marca um ponto crítico não apenas para sua liberdade, mas também para o império empresarial e a fortuna que ele construiu ao longo das décadas.
Sean Diddy Combs, que já teve um patrimônio estimado pela Forbes em US$ 825 milhões em 2018, viu seu valor cair mais da metade, para cerca de US$ 400 milhões em 2024, pouco tempo antes de sua prisão.
A partir do momento em que as acusações vieram à tona, sua reputação sofreu um grande impacto, que levou parceiros comerciais importantes, como a Diageo, que colaborava com ele em marcas como Cîroc vodka e DeLeón tequila, a romperem relações em 2023.
Essa parceria, que rendeu quase US$ 1 bilhão a Combs desde 2007, foi oficialmente encerrada.
Além disso, sua marca de roupas Sean John, que já foi uma referência no mercado, teve seu valor drasticamente reduzido, com a retirada da linha esportiva da Macy’s e pouca perspectiva de recuperação.
No âmbito musical, Combs ainda detém direitos sobre o catálogo da Bad Boy Records, sua gravadora fundada em 1993. que gera receita por meio de royalties de streaming, rádio e comerciais.
No entanto, o valor desse catálogo foi corroído ao longo dos anos, com direitos de artistas importantes, como Notorious B.I.G., sendo vendidos ou reassumidos por familiares. Embora a música continue a render, especialmente para canções não diretamente associadas a Combs, seu envolvimento pessoal nas acusações pode afetar a utilização e o licenciamento dessas obras, como ocorreu com outros artistas condenados, cujo material foi boicotado por rádios e plataformas de streaming.
O valor de mercado da Bad Boy Records, variou significativamente ao longo dos anos. No auge, por volta de 1997, a gravadora foi estimada em cerca de US$ 100 milhões. Contudo, em 2005, quando a Warner Music Group adquiriu uma participação de 50% na Bad Boy Records, fontes próximas à negociação estimaram o valor total da gravadora em aproximadamente US$ 30 milhões, segundo a NBC News.
Desde então, o catálogo da Bad Boy foi parcialmente redistribuído, com direitos de publicação e masters de artistas importantes, como o Notorious B.I.G., sendo vendidos ou devolvidos aos respectivos herdeiros e artistas, o que impactou o valor total da gravadora.
Por exemplo, a mãe do Notorious B.I.G. recuperou os direitos de publicação de seu filho e vendeu 50% desses direitos por mais de US$ 200 milhões, o que mostra o valor individual de alguns ativos musicais, mas que não refletem diretamente o valor atual da Bad Boy como um todo.
Atualmente, estima-se que a receita anual da Bad Boy Entertainment gira em torno de US$ 7,5 milhões, com cerca de 416 funcionários, o que indica uma operação ainda relevante, porém menor do que em seus tempos áureos.
Enquanto a restituição criminal pode cobrir despesas médicas e perdas das vítimas, as indenizações civis podem ser substancialmente mais elevadas, podendo abalar significativamente seu patrimônio.
Apesar do desgaste de seus negócios e da reputação, Combs ainda possui ativos valiosos, incluindo um portfólio imobiliário estimado em mais de US$ 126 milhões, com propriedades em Miami e Los Angeles, além de um jato particular.