Política

Sem Bolsonaro, apoiadores se reúnem em ato na Avenida Paulista

Manifestantes pedem anistia aos condenados pela tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro e criticam presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes (STF)

Durante o protesto, foram exibidas faixas com críticas direcionadas ao STF e solicitações de anistia para os envolvidos nas manifestações do 8 de janeiro de 2023 (AFP Photo)

Durante o protesto, foram exibidas faixas com críticas direcionadas ao STF e solicitações de anistia para os envolvidos nas manifestações do 8 de janeiro de 2023 (AFP Photo)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de agosto de 2025 às 16h32.

Última atualização em 3 de agosto de 2025 às 17h47.

Cerca de 57.600 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentraram na tarde deste domingo, 3, na Avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação que também teve desdobramentos em outras cidades brasileiras. O protesto, com início às 14h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), foi articulado pelo pastor Silas Malafaia.

O ex-presidente não pôde comparecer em razão das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, Bolsonaro cumpre monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica e enfrenta limitações em sua movimentação.

Esta manifestação é a primeira desde que Bolsonaro passou a ser submetido ao monitoramento eletrônico e às restrições de circulação, que incluem a proibição de viagens internacionais e limitações para sair durante períodos noturnos e fins de semana.

Protesto reúne cerca de 57.600 na Av. Paulista (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (AFP Photo)

O ato contou com a presença de importantes figuras políticas, incluindo Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo, Valdemar Costa Neto, que preside nacionalmente o PL, além dos deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL), Nikolas Ferreira (PL) e Tomé Abduch (Republicanos).

Uma ausência notável foi a do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, conforme comunicado oficial de sua equipe, estava realizando um procedimento médico hospitalar no mesmo dia.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, tentou se conectar ao evento por videoconferência, mas dificuldades técnicas impediram sua participação. Os presentes conseguiram ouvir apenas um breve agradecimento.

Principais reivindicações

Durante o protesto, foram exibidas faixas com críticas direcionadas ao STF e solicitações de anistia para os envolvidos nas manifestações do 8 de janeiro de 2023. As principais críticas se concentraram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e no ministro Alexandre de Moraes.

Manifestantes pedem por "Bolsonaro Livre" e "Anistia Já" (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (AFP Photo)

Chamou atenção também a presença de bandeiras demonstrando apoio a Donald Trump, ex-presidente americano que recentemente anunciou tarifas de 50% aos produtos brasileiros.

Manifestação simultânea no Rio de Janeiro

Paralelamente ao ato em São Paulo, apoiadores de Bolsonaro também se reuniram na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. A manifestação carioca foi organizada pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, que discursou nesta tarde e chegou a colocar brevemente o pai no viva-voz do telefone para que falasse ao público.

O protesto no Rio seguiu a mesma linha reivindicatória, com pedidos de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, além de gritos de "fora Lula" e "fora Moraes".

Os manifestantes exibiram bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, em referência ao apoio a Donald Trump. Entre as autoridades presentes no ato carioca estava o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que fez uso da palavra no carro de som.

Michelle Bolsonaro em Belém

Em Belém (PA), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro protagonizou outro ato de apoio ao ex-presidente, realizado na Estação das Docas. A manifestação reuniu centenas de participantes vestidos de verde e amarelo, portando cartazes contrários ao governo federal.

Durante sua fala, Michelle fez duras críticas ao presidente Lula, acusando-o de "entregar riquezas nacionais" a "ditadores estrangeiros" e classificando-o como "irresponsável", "mentiroso" e "cachaceiro sem-vergonha". A ex-primeira-dama também afirmou que Lula "não é macho para assumir as suas falas" e denunciou o que considera uma perseguição às liberdades individuais no país.

Segundo a assessoria de Michelle, a escolha por Belém foi estratégica e levou em conta um compromisso anterior com o PL Mulher em Marabá e o objetivo de dar visibilidade à região Norte. "O Norte precisa ser ouvido. É aqui que está o povo trabalhador, honesto e patriota", declarou durante o evento.

A capital do Pará também está no centro das atenções por sediar a COP30 neste ano, maior conferência climática do mundo.

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