Prêmio: Imposto já foi retido na fonte, mas é preciso avisar o Leão (DeanDrobot/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 5 de maio de 2017 às 15h00.
Última atualização em 5 de maio de 2017 às 15h00.
Pegar um empréstimo para começar minha empresa é uma boa?
Nos últimos anos, o incentivo ao empreendedorismo está em evidência no Brasil. Essa é uma tendência em diversos países em desenvolvimento econômico: o empreendedorismo passou a ser sinônimo de desenvolvimento social.
É necessário, porém, colocar em pauta todas as questões que envolvem o assunto, com o objetivo de orientar as pessoas que têm o sonho e o desejo de colocarem em prática um negócio próprio e tornarem-se, verdadeiramente, "seus patrões”. Não podemos deixar que um sonho se torne um pesadelo, por falta de orientação e experiência.
Sabemos que são muitos os dilemas, mas um dos que se apresenta com maior relevância e impede o primeiro passo para empreender é o capital inicial. Assim, vem o título do nosso artigo: pegar um empréstimo para começar minha empresa é uma boa?
Caro empreendedor, minha resposta é: não é viável. Começar uma atividade empreendedora dependendo exclusivamente de capital de terceiros representa um endividamento inicial do negócio, com um alto risco para os resultados financeiros da empresa, tendo-se em vista que não se tem certeza de entradas no caixa que possibilitarão o pagamento dos compromissos firmados com esse capital.
Um alto endividamento inicial deixa a empresa mais sensível às variações de vendas, podendo até chegar a fechar as portas em períodos de baixa lucratividade, pois não terá condições de sustentar suas finanças durante esse período.
Outro fator importante é que as instituições financeiras dificilmente aceitam financiar o capital total de uma empresa, tendo-se em vista o alto risco que podem correr.
Em artigos anteriores, escrevi sobre como conseguir dinheiro para começar um negócio. Pontuei que a melhor forma da concretização de um sonho empreendedor é utilizar o capital próprio, pois assim se tem o domínio sobre o mesmo e busca-se aprender a equilibrar os gastos e limitar os investimentos. No início de uma atividade empreendedora, a segurança é o principal caminho para o sucesso.
Caso você não tenha o capital necessário, pode dividir o capital inicial entre o capital próprio e capital de terceiros. Pode-se procurar, por exemplo, por sócios investidores ou até mesmo começar um negócio pequeno e expandir aos poucos, necessitando de pouco investimento.
Sempre pontuo e reforço, por conta de sua importância: antes de começar, elabore um plano de negócios, deixando claro qual é o destino do capital de terceiros nesse início de atividade. Além disso, esse capital ou empréstimo não pode ultrapassar mais de 20% do valor líquido de suas projeções de vendas nos primeiros meses de atividade.
Lembre-se, caro empreendedor: mais importante que empréstimos é a capacidade de rentabilidade e sustentabilidade do seu negócio, bem como a capacidade de honrar seus compromissos. O endividamento pode levar ao desiquilíbrio e impedir que a empresa continue a existir.
Arnaldo Vhieira é coordenador do curso de gestão financeira do Complexo Educacional FMU.
Envie suas dúvidas sobre finanças para pme-exame@abril.com.br.