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Unilever das marcas, Merama capta US$ 60 mi e vira unicórnio

Em menos de um ano de existência, a startup que investe em marcas digitais que vendem em marketplaces da América Latina captou US$ 445 milhões e alcançou status de unicórnio

Guilherme Nosralla e Renato Andrade, cofundadores da Merama: startup vira unicórnio em menos de um ano (Merama/Divulgação)

Guilherme Nosralla e Renato Andrade, cofundadores da Merama: startup vira unicórnio em menos de um ano (Merama/Divulgação)

Com apenas um ano de existência, a startup Merama já conquistou importantes investidores com sua proposta ambiciosa de criar o principal conglomerado de marcas digitais da América Latina. A empresa anunciou nesta quinta-feira, 09, um novo aporte de 60 milhões dólares em uma rodada follow-on que, além de simbolizar a confiança dos investidores atuais, também a torna o mais novo unicórnio da América Latina.

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A extensão da série B foi liderada pelos fundos SoftBank e Advent e vem apenas dois meses depois do último cheque assinado por esses e outros fundos como Globo Ventures, Monashees, Valor Capital, Balderton Capital e Maya Capital. Em setembro, a startup recebeu 225 milhões de dólares em uma tentativa de avançar em sua tese de aquisições de marcas relevantes no ambiente digital.

Fundada em dezembro de 2020 após o encontro dos brasileiros Renato Andrade e Guilherme Nosralla, e dos mexicanos Felipe Delgado, Olivier Scialom e Sujay Tyle, a Merama quer se tornar uma grande holding de marcas, um modelo de negócio já seguido por grandes empresas como Unilever e P&G, mas com a diferença de ser totalmente digital. Para isso, a startup compra parte das empresas que já têm bom desempenho e faturamentos anuais acima de 1 milhão de dólares em marketplaces relevantes como Mercado Livre, Magazine Luiza e Amazon e passa a ser sócia marjoritária, além de ajudar no desenvolvimento dessas marcas com marketing, gestão e logística.

O que a Merama faz justifica a necessidade de períodos tão curtos de tempo entre um aporte e outro. De maneira simples, os valores ajudam a não faltar capital para comprar participação em novas empresas, ao mesmo tempo em que serve de capital de giro para as marcas que já fazem parte do portfólio. Hoje, são 30 marcas, de 20 empresas da região dentro da carteira da Merama. A empresa não divulga quais são os nomes dessas marcas, mas afirma já ter presença em quase todas as categorias relevantesde produtos no e-commerce.

Segundo Guilherme Nosralla, um dos fundadores da Merama, a receita para atrair o novo capital está em gerar receita para os investidores, mesmo em estágio inicial. "Como investimentos em marcas que já vão bem nos marketplaces, geramos receita desde o dia 1. Isso nos ajuda a mostrar um modelo de sucesso e de restorno aos investidores", diz.

Um mini venture capital

Com o novo cheque, a ideia é também criar uma divisão totalmente dedicada ao desenvolvimento das investidas, uma repartição chamada de Merama Labs. O intuito é acelerar as marcas que fazem parte do portfólio, com mentorias e orientações para impulsionar a inovação nessas empresas. "Vimos que isso é uma dor muito comum. As marcas querem ser mais inovadoras para prosperar, mas não sabem como", diz Renato Andrade, um dos fundadores da Merama.

Por outro lado, o Labs também vem para ajudar a empresa a atacar em uma nova frente: a criação de marcas próprias. A ideia é que, junto de celebridades, a Merama seja capaz de criar itens do zero, além de entrar em categorias nas quais ainda não atua, como beleza e vestuário. "Criar uma marca do zero é algo difícil, pois é preciso certa relevância para que aquela marca desconhecida decole. A parceria com pessoas de mais visibilidade vai nos ajudar com isso", diz Andrade.

O Labs também será dedicado ao investimento em marcas que ainda não têm tanto sucesso quanto as já adquiridas pela Merama. "Vamos atuar como um pequeno fundo de venture capital mesmo, que passa a olhar o potencial das marcas", diz. O racional por trás disso está em olhar não apenas para marcas que já estão tendo resultados de 1 milhão de dólares para cima, mas marcas que podem chegar lá. "É um investimento de risco que olha para oportunidades".

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