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Sucesso depois do fracasso na Local Measure

Como o australiano Jonathan Barouch mudou o serviço, o público-alvo — e até o nome — de sua empresa para encontrar o caminho do crescimento

Jonathan Barouch "Eu achava que havia criado um produto atraente, mas as empresas não se interessaram" (Divulgação / EXAME PME)

Jonathan Barouch "Eu achava que havia criado um produto atraente, mas as empresas não se interessaram" (Divulgação / EXAME PME)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 09h08.

São Paulo - Costuma-se dizer que errar é humano, mas para um empreendedor é quase uma necessidade. O administrador Jonathan Barouch, de 31 anos, dono da australiana Local Measure, é um exemplo de quem se recuperou de um fracasso e aproveitou o aprendizado para seguir em frente.

Em 2011, Barouch criou um aplicativo chamado Roamz para ajudar as pessoas a encontrar restaurantes e lojas nas proximidades usando dados do GPS do celular.

Ainda nos primeiros meses, o negócio recebeu um aporte de 3,5 milhões de dólares da companhia australiana de mídia Salmat. Com o dinheiro, a empresa incorporou ao serviço uma ferramenta que associava a cada estabelecimento os comentários no Twitter, Facebook, Foursquare e Instagram de pessoas que já frequentaram o local.

“Eu achava que tinha um produto atraente nas mãos”, disse Barouch, em entrevista ao site americano Techcrunch.

Naquele mesmo ano, Barouch viajou para os Estados Unidos para apresentar o aplicativo a grandes varejistas, com o intuito de que eles se tornassem anunciantes. “Estávamos lutando para fazer o negócio gerar caixa”, diz Barouch. A iniciativa não foi bem-sucedida.

Os representantes das empresas diziam que um aplicativo desse tipo só seria interessante se tivesse ao menos alguns milhões de usuários — e o Roamz tinha pouco mais de 200 000 downloads, número até que razoável para uma startup australiana. “Eles não estavam interessados em anunciar, mas comentavam que os dados capturados pelo app eram valiosos.”

A combinação de uma tecnologia que une geolocalização a redes sociais foi o que chamou a atenção dos executivos americanos. Era possível, por exemplo, descobrir em tempo real o que os clientes postavam sobre uma loja enquanto eles ainda estavam dentro do estabelecimento.

No ano passado, Barouch decidiu alterar a estratégia do negócio. “Não tive receio de criar algo novo, mesmo correndo o risco de estar enganado’’, afirma. “O que não dava era para ficar um longo tempo insistindo no mesmo erro.’’ Barouch mudou tudo — o serviço, o público-alvo e o nome da empresa, para Local Measure.

A tecnologia foi adaptada para atender somente as empresas. O aplicativo para o consumidor final foi desativado. Já nas primeiras semanas o novo negócio conquistou cerca de 50 clientes, como a rede de cafeterias Starbucks e as companhias aéreas KLM e Qantas.

“Certa vez, um cliente da Qantas tuitou uma foto mostrando que sua marca de cereal preferida não era mais servida na sala de espera da companhia’’, diz Barouch. “Assim que ele embarcou no avião, o cereal foi oferecido.’’

Com as mudanças, a Local Measure deslanchou. Os clientes pagam 59 dólares por mês para cada local monitorado. “Se me sugerissem um serviço desses há alguns anos, diria que não era relevante”, disse Martin van der Zee, vice-presidente de e-commerce da KLM, em entrevista à CNN. “Hoje, queremos saber como anda nosso atendimento e a percepção do cliente em tempo real.”

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