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Uma boa semente para ganhar dinheiro com cogumelos

Os americanos Alejandro Velez e Nikhil Arora criaram em 2009 uma empresa que já fatura mais de 5 milhões de dólares ao ano vendendo cogumelos comestíveis para cultivar em casa

Velez e Arora, da Back to the Roots: cogumelos para cultivar em casa

Velez e Arora, da Back to the Roots: cogumelos para cultivar em casa

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 06h00.

São Paulo - os americanos Nikhil Arora, de 24 anos, e Alejandro Velez, de 25, cursavam os últimos meses de administração de empresas na Universidade de Berkeley, na Califórnia, quando decidiram cultivar cogumelos.

Não que eles estivessem deixando os estudos de lado para viver dos frutos da terra — o trabalho era parte de um plano de negócios que ambos tinham de desenvolver como requisito para a formatura. Foi esse o início da Back to the Roots, que deve faturar 5,4 milhões de reais em 2012 vendendo kits para consumidores cultivarem cogumelos comestíveis em casa.  

A inspiração para a Back to the Roots surgiu durante uma aula sobre negócios sustentáveis. "Nosso professor falou sobre como comunidades pobres da Colômbia e de alguns países africanos combatiam a desnutrição cultivando cogumelos plantados em uma mistura de terra e pó de café já utilizado", diz Velez.

O projeto escolar passou a ser um negócio quando os sócios perceberam a oportunidade aberta pela conjunção de duas grandes tendências no mercado americano — o aumento na demanda de alimentos cultivados de forma natural, sem o uso de agrotóxicos e produtos químicos, principalmente por consumidores preocupados com a sustentabilidade ambiental. "Pensamos num produto de custo muito baixo", diz Velez. "Fizemos as contas e concluímos que poderíamos ter um negócio bastante rentável." 

Basicamente, os kits vendidos pela Back to the Roots são caixinhas de papelão reciclado cheias de terra e pó de café usado, uma mistura fértil onde crescem cogumelos das variedades shitake e shimeji.

Para obter matéria-prima a custo baixo, os sócios procuraram uma rede de cafeterias da Califórnia e fizeram uma proposta. Eles recolheriam o pó de café usado que a empresa jogaria no lixo. Em troca, a Back to the Roots se comprometeu a divulgar a marca da cafeteria em seu site e nas embalagens. 

Para dar início à produção, os sócios obtiveram ajuda de um programa de empreendedorismo da Universidade de Berkeley, onde conseguiram um empréstimo de 5.000 dólares para iniciar a empresa. Há três anos, os sócios obtiveram mais um impulso.

A empresa foi selecionada para participar de um projeto de desenvolvimento de pequenos fornecedores mantido pela Whole Foods, rede de varejo especializada em comida saudável com mais de 300 lojas nos Estados Unidos. Além de um financiamento de 25 000 dólares, a Back to the Roots fechou contrato para fornecer às lojas da rede na Califórnia. 

Agora, Arora e Velez buscam alternativas para aumentar as receitas. Recentemente, eles lançaram camisetas com o logotipo da empresa. Também começaram a vender o substrato de terra e pó de café para clientes que os usam como fertilizante em hortas domésticas. "Estamos num mercado com grande potencial de crescimento", diz Velez.

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