Viagem: a ascensão, para uma pequena ou média empresa que atua internacionalmente, é abrir uma filial no exterior (Foto/Thinkstock)
Mariana Desidério
Publicado em 13 de novembro de 2016 às 08h00.
Última atualização em 13 de novembro de 2016 às 08h00.
São Paulo – Muitos brasileiros sonham em ter um negócio no país de Tio Sam. O ambiente de negócios, as possibilidades de ganhos e até mesmo a atração pela cultura norte-americana leva esses brasileiros a investir seu dinheiro por lá.
Mas, como fica o sonho desses empreendedores com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais? Não muda muita coisa, de acordo com o Jon Aboitz, gerente regional da Globofran, uma empresa especializada em ajudar empreendedores estrangeiros nos EUA.
“Os Estados Unidos continuarão sendo um país business friendly e aberto a quem quiser investir por lá. Mesmo porque essas pessoas chegam ao país de forma totalmente legal”, afirma.
E você? Tem o sonho de iniciar um negócio nos Estados Unidos? Se sim, o primeiro passo é ter uma proposta clara, afirma o gerente da Globofran.
“Minha recomendação é ter uma proposta muito sólida para um visto, e um negócio com amplas chances de ter sucesso nos primeiros anos”, afirma.
Uma recomendação é buscar o sistema de franquias.
“Tentar fazer um negócio próprio logo de cara é uma proposta muito arriscada com altas chances de não dar certo. Com a franquia, você tem mais segurança, transmissão de know-how desde o primeiro dia, faz networking, conhece o mercado e seus concorrentes”, explica.
Segundo ele, nada impede que, depois de ambientado, o empreendedor não possa tentar investir também num negócio próprio.
A Globofran trabalha com alguns tipos de visto para os EUA e cada um deles exige que o empreendedor tenha uma quantidade de dinheiro para iniciar o negócio (dentre outros fatores, é claro).
O visto mais “em conta”, segundo Aboitz, é o E2, pelo qual é necessário ter uma quantia de cerca de 150 mil dólares para desembolsar. Na cotação atual, isso sairia por nada menos que 500 mil reais. Portanto, planejar-se financeiramente é fundamental antes de dar esse passo importante.
Aboitz explica ainda que, para conseguir uma unidade de uma franquia, não é necessário apenas dinheiro. A marca precisa ter um território disponível no lugar onde você deseja trabalhar (ou você precisa se adaptar às possibilidades que ela oferece).
“É como você dizer que quer empreender, mas só aceitar uma unidade d’O Boticário na avenida Paulista. Todo mundo quer, mas o território tem que estar vago”, explica.
Ele afirma que a Globofran representa mais de 400 franquias americanas e que um nicho que tem tido bastante aceitação entre empreendedores estrangeiros são as franquias de serviços.
“Elas tipicamente requerem um investimento menor, por não ter ponto, loja, estoque. São nosso campeão de vendas”. Dentre os serviços que podem ser oferecidos estão limpeza, manutenção, gestão de documentos e outros, muitos deles no mercado B2B, ou seja, oferecidos para empresas.
O processo de levar uma família de empreendedores para os EUA dura no mínimo seis meses, explica Aboitz. Até agora, a Globofran já prestou consultoria para 100 famílias de diversos países da América Latina. Por ano, recebe cerca de 5,8 mil pedidos de consulta.
“Temos desde o jovem casal interessado numa oportunidade profissional, em iniciar a vida lá, até pessoas mais velhas que já empreenderam antes, adquiriram um patrimônio e querem passar por novas experiências”.