A rede social chinesa TikTok divulgou um comunicado se desculpando após acusações de que estaria censurando posts acerca do movimento Black Lives Matter (ou "vidas negras importam").
O Black Lives Matter está no centro dos protestos antirracistas que tomaram os Estados Unidos nos últimos dias após o jovem George Floyd ser morto pela polícia na cidade de Minneapolis. Os protestos rapidamente se espalharam pelo país e devem continuar nesta terça-feira, 2.
Os usuários vinham reclamando em suas redes sociais que vídeos no TikTok com as hashtags #BlackLivesMatter e #GeorgeFloyd, usadas nas manifestações antirracistas, mostravam zero visualizações.
O TikTok disse que o caso foi uma falha do sistema na contagem e que, na verdade, as hashtags tinham mais de 2 bilhões de visualizações.
A empresa afirmou que outras hashtags populares e não-relacionadas às questões raciais foram afetadas pelo problema, como #dad (pai) e #cat (gato). O defeito começou na quinta-feira, 28 de maio, segundo o TikTok, e foi consertado por volta de sexta-feira, 29.
"Apesar disso, nós entendemos que muitos assumiram que esse bug era um ato intencional para suprimir as experiências e invalidar as emoções da comunidade negra. E nós sabemos que temos que trabalhar para reparar e ganhar novamente essa confiança", escreveram Vanessa Pappas, diretora do TikTok nos Estados Unidos, e Kudzi Chikumbu, diretor da Comunidade de Criadores da empresa.
O TikTok ficou conhecido por ser uma plataforma de vídeos rápidos e que atrai sobretudo os usuários mais jovens, o que tornou a rede social uma das plataformas de compartilhamento de conteúdo sobre os protestos americanos.
No comunicado sobre o caso, o TikTok disse que vai participar nesta terça-feira do movimento Blackout Tuesday (ou "terça-feira apagada", em tradução livre). Por causa da campanha, serão desligadas playlists e campanhas sonoras. Emissoras de rádio, televisão e plataformas de música como o Spotify e gravadoras já afirmaram que também vão pausar temporariamente as transmissões ou operações.
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1. Mulher usa máscara protetora em protesto contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020.
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1/20 Mulher usa máscara protetora em protesto contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020. (Pilar Olivares/Reuters)
Mulher usa máscara protetora em protesto contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020. REUTERS / Pilar Olivares
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2. A man is seen next to police officers among tear gas during a protest against Brazilian President Jair Bolsonaro in Sao Paulo
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2/20 Manifestantes são vistos em meio à fumaça de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, 31 de maio de 2020. (Rahel Patrasso/Reuters)
Manifestantes são vistos em meio à fumaça de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, 31 de maio de 2020. REUTERS / Rahel Patrasso
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3. Manifestantes são vistos em meio à fumaça de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, 31 de maio de 2020.
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3/20 Manifestantes são vistos em meio à fumaça de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, 31 de maio de 2020. (Rahel Patrasso/Reuters)
Manifestantes são vistos em meio à fumaça de gás lacrimogêneo durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, na Avenida Paulista, em São Paulo, 31 de maio de 2020. REUTERS / Rahel Patrasso
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4. Pessoas protestam contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020. REUTERS / Pilar Olivares
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4/20 Pessoas protestam contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020. (Pilar Olivares/Reuters)
Pessoas protestam contra a violência policial durante operações em favelas contra gangues de drogas e racismo no Brasil, em frente ao Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro, Brasil, 31 de maio de 2020. REUTERS / Pilar Olivares
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5. Manifestante em frente a escombros em chamas durante ato em Minneapolis, onde um policial matou George Floyd. 30 de maio
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5/20 Manifestante em frente a escombros em chamas durante ato em Minneapolis, onde um policial matou George Floyd. 30 de maio (Lucas Jackson/Reuters)
Manifestante em frente a escombros em chamas durante ato em Minneapolis, onde um policial matou George Floyd. 30 de maio. REUTERS/Lucas Jackson
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6. Pessoas saqueiam propriedades durante inquietação em todo o país após a morte de George Floyd por um policial. Los Angeles, Califórnia, EUA, em 30 de maio de 2020. Foto: REUTERS / Kyle Grillot
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6/20 Pessoas saqueiam propriedades durante inquietação em todo o país após a morte de George Floyd por um policial. Los Angeles, Califórnia, EUA, em 30 de maio de 2020. Foto: REUTERS / Kyle Grillot (Kyle Grillot/Reuters)
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7. Washington, 31 de maio: polícia perto da Casa Branca em ato por Floyd
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7/20 Washington, 31 de maio: polícia perto da Casa Branca enquanto manifestantes se reúnem para protestar contra a morte de George Floyd nas primeiras horas da manhã de 31 de maio de 2020 (Alex Wong/Getty Images)
Washington, 31 de maio: polícia perto da Casa Branca enquanto manifestantes se reúnem para protestar contra a morte de George Floyd nas primeiras horas da manhã de 31 de maio de 2020. Foto: Alex Wong/Getty Images
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8. Protesto contra a morte de George Floyd em Berlin. 31 de maio
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8/20 Protesto contra a morte de George Floyd em Berlin. 31 de maio. REUTERS/Christian Mang (Christian Mang/Reuters)
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9. Manifestantes protestam contra a morte de George Floyd em frente à embaixada dos EUA em Berlin, Alemanha: 31 de maio, REUTERS/Christian Mang
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9/20 Manifestantes protestam contra a morte de George Floyd em frente à embaixada dos EUA em Berlin, Alemanha: 31 de maio, REUTERS/Christian Mang (Christian Mang/Reuters)
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10. Homem segura cartaz com os dizeres: "sem justiça, sem paz" durante protesto pela morte de George Floyd, na Trafalgar Square, em Londres, Reino Unido, 31 de maio. REUTERS/John Sibley
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10/20 Homem segura cartaz com os dizeres: "sem justiça, sem paz" durante protesto pela morte de George Floyd, na Trafalgar Square, em Londres, Reino Unido, 31 de maio. REUTERS/John Sibley (John Sibley/Reuters)
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11. Mulher de máscara de proteção durante protesto contra a morte de George Floyd, na Trafalgar Square, em Londres. 31 de maio. REUTERS/John Sibley
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11/20 Mulher de máscara de proteção durante protesto contra a morte de George Floyd, na Trafalgar Square, em Londres. 31 de maio. REUTERS/John Sibley (John Sibley/Reuters)
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12. Manifestante com cartaz dizendo "quem policia a polícia" durante ato contra a morte de Gerge Floyd. 31 de maio. Ritzau Scanpix/Ida Guldbaek Arentsen via REUTERS
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12/20 Manifestante com cartaz dizendo "quem policia a polícia" durante ato contra a morte de Gerge Floyd. 31 de maio. Ritzau Scanpix/Ida Guldbaek Arentsen via REUTERS (Ritzau Scanpix/Ida Guldbaek Arentsen/Reuters)
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13. Washington, 31 de maio: ato pela morte de George Floyd
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13/20 Washington, 31 de maio: Pessoas protestam contra a morte de George Floys perto da Casa Branca (Foto: Alex Wong/Getty Images) (Alex Wong/Getty Images)
Washington, 31 de maio: Pessoas protestam contra a morte de George Floys perto da Casa Branca (Foto: Alex Wong/Getty Images)
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14. Protesto em Minneapolis, EUA, em 30 de maio de 2020
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14/20 Protesto em Minneapolis, Estados Unidos, em 30 de maio de 2020, durante uma manifestação para pedir justiça a George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia da polícia de Minneapolis. O toque de recolher foi imposto nas principais cidades dos EUA no sábado, à medida que os conflitos por brutalidade policial aumentavam nos Estados Unidos. (Shay Horse / NurPhoto/Getty Images)
Protesto em Minneapolis, Estados Unidos, em 30 de maio de 2020, durante uma manifestação para pedir justiça a George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia da polícia de Minneapolis. O toque de recolher foi imposto nas principais cidades dos EUA no sábado, à medida que os conflitos por brutalidade policial aumentavam nos Estados Unidos. (Foto por Shay Horse / NurPhoto via Getty Images)
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15. Protesters rally against the death in Minneapolis police custody of George Floyd, in New York
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15/20 Carro da polícia de Nova York em chamas em meio a protestos em Nova York, 30 de maio. REUTERS/Jeenah Moon (Jeenah Moon/Reuters)
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16. Policiais tentam conter manifestantes em ato contra morte de George Floyd
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16/20 Washington, 30 de maio: Policiais tentam conter manifestantes em ato contra morte de George Floyd Foto: Tasos Katopodis/Getty Images) (Tasos Katopodis/Getty Images)
Washington, 30 de maio: Policiais tentam conter manifestantes em ato contra morte de George Floyd Foto: Tasos Katopodis/Getty Images)
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17. Washington, 30 de maio: Mulher machucada durante protesto perto da Casa Branca pela morte de George Floyd
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17/20 Washington, 30 de maio: Mulher machucada durante protesto perto da Casa Branca pela morte de George Floyd (Alex Wong/Getty Images)
Washington, 30 de maio: Mulher machucada durante protesto perto da Casa Branca pela morte de George Floyd Foto: Alex Wong/Getty Images)
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18. Manifestante recebe cuidados durante ato contra morte de Floyd em Washungton, 29 de maio
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18/20 Washington, 29 de maio: Manifestante recebe cuidados após entrar em choque com a polícia durante um protesto em resposta ao assassinato de George Floyd por um policial. (Foto de Alex Wong / Getty Images) (Alex Wong/Getty Images)
Washington, 29 de maio: Manifestante recebe cuidados após entrar em choque com a polícia durante um protesto em resposta ao assassinato de George Floyd por um policial. (Foto de Alex Wong / Getty Images)
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19. Manifestante perto da Casa Branca em meio a protesto contra a morte de George Floyd nas primeiras horas da manhã de 31 de maio de 2020 em Washington, DC. (Foto: Alex Wong/Getty Images)
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19/20 Manifestante perto da Casa Branca em meio a protesto contra a morte de George Floyd nas primeiras horas da manhã de 31 de maio de 2020 em Washington, DC. (Foto: Alex Wong/Getty Images) (Alex Wong/Getty Images)
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20. Manifestante mascarado em ato contra a morte de George Floyd, Los Angeles, California: 30 de maio
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20/20 Manifestante mascarado em ato contra a morte de George Floyd, Los Angeles, California: 30 de maio. REUTERS/Kyle Grillot (Kyle Grillot/Reuters)
O TikTok afirmou ainda que vai doar 3 milhões de dólares para organizações de caridade que ajudem as comunidades negras, que, reforça o TikTok, foram "afetadas de forma desproporcional pelos efeitos da covid-19". Outros 1 milhão de dólares serão doados "para lugar contra a injustiça racial e desigualdade que temos presenciado neste país", escreveram os porta-vozes do TikTok, se referindo aos Estados Unidos.
Neste mês de junho, considerado nos EUA o "Mês da Música Afro-Americana", o TikTok disse também que terá uma programação especial para divulgar o trabalho de artistas negros.
Outras polêmicas
O TikTok já se envolveu no ano passado em outra polêmica relacionada a protestos. A rede social, que pertence à chinesa ByteDance, foi acusada em 2019 de tirar do ar posts relacionados aos protestos em Hong Kong.
Relatos de busca por termos de Hong Kong no TikTok no ano passado mostravam imagens como selfies e fotos felizes, mas nenhum sinal dos protestos.
Na ocasião, parte dos moradores de Hong protestava -- em movimento que dura até hoje -- contra um movimento de restrição da autonomia da ilha por parte da China. A ligação do governo chinês com as maiores empresas do país é histórica, com relatos anteriores de posts sendo retirados do ar em plataformas de empresas de tecnologia como Tencent (dona do WeChat) e Baidu.
Com sede em Pequim, a ByteDance é a startup mais valiosa do mundo, avaliada oficialmente em 75 bilhões de dólares. Com o otimismo em meio ao alto uso de redes sociais na pandemia e à sua expansão internacional, a startup pode ter chegado a valor de mais de 100 bilhões de dólares neste ano, segundo a Bloomberg.
O TikTok passa de 800 milhões de usuários ativos. Só nos Estados Unidos, onde tem mais de 50 milhões de usuários, teve alta de mais 94% em usuários em março, segundo a consultoria comScore.
A empresa vem expandindo sua atuação para fora da China, algo que as redes sociais do país não haviam conseguido fazer até então. Em um cenário chinês onde redes sociais ocidentais como Facebook e Twitter são bloqueadas pelo governo, o sucesso do TikTok no Ocidente pode trazer polêmicas futuras sobre que tipo de post feito por jovens de outros países pode ser visualizado pelos usuários chineses.