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Tembici lança serviço de bicicletas elétricas compartilhadas no Rio

A startup brasileira investe mais de 10 milhões de reais no projeto de bikes elétricas. Em junho, a empresa recebeu um aporte de US$ 47 milhões

Tembici: inicialmente serão colocadas 500 bicicletas elétricas na cidade do Rio de Janeiro para testar a operação (Tembici/Divulgação)

Tembici: inicialmente serão colocadas 500 bicicletas elétricas na cidade do Rio de Janeiro para testar a operação (Tembici/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 08h00.

Cerca de quatro meses depois de anunciar ter recebido um aporte de 47 milhões de dólares, a startup brasileira Tembici lança o primeiro resultado desse investimento. A partir do próximo sábado, 26, a empresa coloca nas ruas do Rio de Janeiro suas primeiras bicicletas elétricas compartilhadas.

A empresa foi fundada em 2010 por Tomás Martins e Mauricio Villar com o propósito de inserir a bicicleta no dia a dia das pessoas. O negócio ganhou escala em 2017, quando comprou a operação da Samba Transportes Sustentáveis nas principais capitais brasileiras, assumindo os projetos Bike Rio e Bike Sampa, patrocinados pelo Itaú. 

Os sócios esperam que as bicicletas elétricas consigam atrair um novo público e ir, aos poucos, ocupando o lugar dos carros no dia a dia das cidades. Nessa primeira fase do projeto, a Tembici está colocando 500 bicicletas elétricas na capital fluminense, onde atualmente possui 2.600 bicicletas compartilhadas tradicionais.

O Rio foi escolhido para testar a iniciativa por ser a praça que mais utiliza o sistema de bicicletas da Tembici. Se tiver bons resultados na cidade maravilhosa, a empresa irá expandir para os outros mercados em que atua. Ao todo, estão sendo investidos 10 milhões de reais na iniciativa.

Como funcionam as e-bikes

As bicicletas elétricas da Tembici possuem um motor que dá assistência ao ciclista enquanto ele pedala, o que o permite percorrer distancias maiores com o mesmo esforço físico. A companhia estima que o raio percorrido com a bike elétrica seja de sete a oito quilômetros. Por conta disso, segundo a empresa, os clientes estariam propensos a usar o modal até 50% mais do que a bicicleta tradicional.

Para garantir carga a todas as 500 bikes, a empresa precisará pagar uma equipe para recolhê-las e recarregá-las durante a noite. "Elas possuem uma autonomia de mais de 60 quilômetros por carga, vão atender bem a demanda. Caso descarreguem, o ciclista consegue pedalar normalmente", diz Tomás Martins, cofundador e presidente da startup.

Mais a eletricidade pode custar caro para o negócio. O modelo de patinetes elétricos, popularizados no Brasil pela Grow, era considerado difícil justamente pelo alto custo de logística necessário para o carregamento dos aparelhos. Por isso, no futuro, o plano da Tembici é colocar carregadores nas próprias estações onde o usuário deixa as bicicletas, para que elas carreguem entre cada uso automaticamente.

Em relação ao custo para o cliente final, a empresa afirma ter se preocupado em chegar a uma tarifa acessível por viagem. A cada 15 minutos de uso, serão cobrados três reais dos usuários. Para os assinantes do plano mensal e anual da Tembici, haverá tarifas menores. Ainda assim, o trajeto com o modal custa mais caro que com a bicicleta compartilhada convencional, cuja viagem avulsa de trinta minutos sai por 4,30 reais em São Paulo.

Planos e expectativas

Antes do novo coronavírus, a Tembici realizava por mês mais de 2 milhões de viagens. No primeiro trimestre de 2020, a empresa cresceu 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em março, com a chegada da pandemia, a startup notou uma utilização maior do serviço, provavelmente porque as pessoas estavam tentando evitar aglomerações no transporte público.

Depois, com o estímulo ao distanciamento social, a companhia passou a ter um número menor de deslocamentos diários relacionados ao trabalho e ao lazer. Em contrapartida, a startup viu o nicho de uso da bicicleta para delivery aumentar consideravelmente. Além dos entregadores, profissionais de hospitais, supermercados e farmácias passaram a usar mais o serviço.

Aos poucos, o serviço voltou a ser procurado nas cidades. Segundo os sócios, o mês de agosto registrou um volume de viagens maior que março. As cidades de Salvador, Recife e Vila Velha estão batendo recordes de uso, especialmente como alternativa de lazer.

Conforme mais cidades encerram o período de isolamento, a Tembici acredita que novos usuários, em busca de meios de transportes mais seguros e saudáveis, irão começar a usar suas bicicletas.

Agora, no entanto, o foco da startup é em como os usuários vão aderir ao novo produto. Segundo Martins, quando Nova York e Barcelona receberam serviços de comparitlhamento de bicicletas elétricas, elas foram utilizadas até três vezes mais do que as convencionais. Ele torce para que o mesmo efeito ocorra no Brasil.

Os desafios do lançamento, segundo o presidente, são em relação a dois pontos: segurança e vandalismo. Primeiro, ele quer garantir que todos os usuários do produto estejam seguros enquanto estiverem pedalando. Para isso, a empresa disponibilizou um guia sobre a bike elétrica no app e também limitou a velocidade do produto a 25 km/h.

O segundo ponto de atenção para a Tembici é em relação a possível depredação das bicicletas nas cidades. Para coibir isso, a empresa instalou um GPS em todas as suas bikes. No modelo tradicional, menos de 0,5% das bicicletas são danificadas. A torcida é para que as elétricas mantenham a mesma taxa.

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