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Startup Zapay, que ajuda a parcelar dívidas com o Detran, fecha parceria com iCarros

A startup foi fundada em 2017, em Brasília, para ajudar brasileiros a consultar e pagar as contas relativas ao carro, como IPVA e multas

Oportunidade: de acordo com o IBGE, o Brasil tem uma frota de mais de 54 milhões de carros (Levi Bianco/Getty Images)

Oportunidade: de acordo com o IBGE, o Brasil tem uma frota de mais de 54 milhões de carros (Levi Bianco/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 06h00.

A startup brasileira Zapay anuncia nesta terça-feira, 2, uma parceria com a plataforma de venda de veículos iCarros, do Itaú. A partir de agora, os usuários do serviço poderão pagar cobranças relacionadas ao carro, como multas e impostos, usando os serviços da Zapay.

“Sabemos que os brasileiros são apaixonados por carros, por isso, buscamos uma solução que pudesse ajudá-los a descomplicar a parte burocrática, além de simplificar o acesso, concentrando tudo que é relevante em uma única plataforma”, afirma Ricardo Bonzo Filho, presidente do iCarros.

Para a Zapay, a parceria é um passo importante na sua estratégia de se cercar das empresas mais importantes do setor automotivo. Além do iCarros, companhias como Sem Parar, ConectCar e Ticket Log oferecem os serviços da startup a seus clientes.

Isso porque a Zapay está conectada a dezenas de prefeituras e 22 departamentos de transporte (Detran) estaduais. Com isso, ela consegue oferecer aos clientes a possibilidade de consultar e pagar seus débitos relacionados ao carro usando somente a placa do veículo.

A empresa ainda permite que multas, licenciamento do veículo, seguro DPVAT e IPVA sejam pagos em até 12 vezes no cartão de crédito pela sua plataforma.

Do Alipay ao Detran

A Zapay foi fundada em 2017, em Brasília, pelos amigos Pedro Vogado, Varley Silva, Catarina Nunes, Lucas Amoêdo e Callebe Mendes. O grupo se conheceu ainda durante a faculdade e tinha o desejo de criar no brasil uma fintech nos moldes da chinesa Alipay.

No primeiro ano da operação, enquanto trabalhavam para abrir espaço no mercado para os pagamentos com QR Code, se depararam com uma oportunidade: o Detran de Brasília iria permitir que os motoristas pagassem seus débitos de forma parcelada e buscava um parceiro para organizar a operação. Rapidamente, a startup mudou de direção e criou um sistema para se integrar ao departamento de trânsito.

“No primeiro dia de operação, já transacionamos 200.000 reais, o que nos fez perceber que era um mercado com dor grande que precisávamos aproveitar”, diz Callebe Mendes, cofundador e presidente da Zapay. 

Desde então, já somam 22 Detrans cadastrados na sua plataforma e mais de 100 milhões de reais transacionados por ano. Por operação, a startup cobra uma taxa que pode ir de 4,5% a 24%, a depender da modalidade de pagamento escolhida pelo cliente.

O modelo atual, de usar a rede de parceiros para chegar até os clientes, surgiu em 2019, com a chegada de Victor Mahon à sociedade. Mais experiente, com passagens por empresas como Walmart e Grupo Moura, o administrador ajudou o grupo de fundadores a organizar uma estratégia para a empresa crescer sem depender tanto dos quiosques e pontos de venda físicos.

O modelo deu tão certo que hoje a startup não tem aplicativo próprio, só site e conexões nos apps dos parceiros. "O cliente usa nosso serviço poucas vezes por ano, então faz sentido a gente estar só no aplicativo de terceiros", diz Mahon. A cada pagamento feito, a empresa parceira ganha um percentual dos lucros da transação. "Não só trazemos uma nova funcionalidade para o aplicativo do parceiro, como geramos caixa", diz o sócio.

Apesar da estratégia, o ano passado foi duro para a startup. Com a pandemia, os brasileiros deixaram de usar tanto os carros e postergaram o pagamento de alguns impostos. Os quiosques, que eram o principal ponte de atendimento aos clientes, ficaram fechados na maior parte dos meses. Com isso, os pagamentos digitais, que antes da pandemia correspondiam a 30% da receita, passaram a representar 80% do faturamento.

Neste ano, a meta dos sócios é recuperar o ritmo de 2019, quando a companhia cresceu 800%, e usar as parcerias empresariais para conseguir triplicar o faturamento do negócio.

A médio prazo, em um horizonte de dois ou três anos, o objetivo da empresa é ter 5% do mercado de carros brasileiro (estimado em mais de 54 milhões de veículos) usando sua plataforma. "Queremos que as pessoas esqueçam do Detran quando precisarem pagar contas", diz Mendes. 

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