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Startup que revela fraudes recebe investimento de R$ 9 milhões

A IDwall quer acabar com a falsificação de documentos em cadastros pela internet. A startup conquistou mais um aporte de fundos, empresas e especialistas

Logo da IDwall (IDWall/Divulgação)

Logo da IDwall (IDWall/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 24 de abril de 2018 às 11h00.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 17h19.

São Paulo – Todos os anos, o Brasil perde cerca de 11 bilhões de reais apenas com golpes que usam documentação falsa. Foi a partir dessa oportunidade desperdiçada que nasceu a startup IDwall, em julho de 2016, com a proposta de confirmar se os usuários que se cadastram em um negócio são o que dizem ser.

O negócio acabou de conquistar um novo investimento, no valor de 9 milhões de reais. O aporte foi liderado pelo fundo Monashees e contou com a participação do Canary (dos fundadores do Peixe Urbano), da Fundação Estudar e do Mercado Livre.

“A Monashees tem um conhecimento muito bom do mercado em geral porque investe em diversas empresas, como a 99. Eles estão no nosso board e nos ajudam com visão estratégica. A Canary também tem negócios muitos bons e com muita experiência empreendedora, como a Printi”, afirma Lincoln Ando, CEO da IDwall.

“A Fundação Estudar tem um grande banco de estudantes e possuem uma conexão forte com outras empresas. Por fim, o Mercado Livre é nosso vê a necessidade de nossa inovação em outros países”.

O negócio afirma que gera lucros desde abril de 2017, mas captou mais recursos para investir pesado nas equipes de marketing e vendas. “Criamos um produto que faz sentido para o mercado, mas ainda somos pouco focados no comercial. Queremos acelerar essa área, além de investir em desenvolvimento.”

Com isso, a carteira de clientes deve aumentar para 500 negócios até o fim deste ano. A IDwall diz atender “centenas” de empresas, das fintechs às gigantes, e quer lançar mais funcionalidades.

“Estamos analisando tudo que pode solucionar problemas de fraude por meio da automação, além de facilitar a integração das nossas soluções de segurança. Assim, as empresas podem focar apenas na sua principal atividade”, diz Ando.

A IDwall já havia recebido um investimento-anjo de 1 milhão de reais em sua fundação, de nomes ligados a empresas como Boa Vista, Google e PayPal. Oito meses depois, captou um aporte de 2 milhões de reais dos fundos Canary e Monashees. Ao todo, portanto, já captou 12 milhões de reais. A startup também passou por duas acelerações: uma em São Paulo, como residente do Google Campus, e outra no Vale do Silício, pela aceleradora 500 Startups.

Como funciona a IDwall?

Os fundadores Lincoln Ando e Raphael Melo haviam trabalhado juntos no Banco Original, focado em varejo digital. “Lá, tivemos visões que se tornariam a IDwall em alguns anos: pensamos em como as instituições financeiras se preveniam contra documentos falsos e clientes que querem lavar dinheiro na internet. A maioria dos bancos continuam com um grande escritório interno para isso, o que é custoso e não-escalável”, conta Ando em entrevista anterior a EXAME.

Depois, Ando fundou uma empresa de locação de equipamentos para construção civil. “Lá, percebi que esse problema de credibilidade na internet é muito presente em qualquer setor ou empresa. Havia muita inadimplência ou fraude e perdíamos muito dinheiro com isso, pois eram equipamentos caros.”

Uma temporada de quatro meses em Mountain View, na Califórnia, fez Ando observar as soluções presentes no mercado americano. Ele viu uma quebra dos escritórios tradicionais e a ascensão de tecnologias que atendem diversos problemas na hora conferir a veracidade das informações nas empresas, como a do negócio BlockScore.

Os empreendedores Raphael Melo e Lincoln Ando, da IDWall

Os empreendedores Raphael Melo e Lincoln Ando, da IDwall: negócio já teve três rodadas de investimento e duas acelerações (IDWall/Divulgação)

A união de todos esses insights se tornaria a IDwall, que oferece uma solução para automatizar e dar segurança aos processos dos clientes, evitando fraudes. Ao todo, são três etapas: validação automática de documentos (análise forense para dizer se o documento fornecido pelo usuário é verdadeiro ou não); checagem de posse (ver se o usuário é o mesmo o dono do documento por reconhecimento facial); e, por fim, verificar se faz sentido o usuário se associar à empresa que contratou a IDwall.

Não só reduzimos fraudes, mas automatizamos o processo de verificação. Trazemos mais eficiência para a empresa e melhoramos a experiência do consumidor, com processos de cadastro menos burocráticos”, afirma o CEO da startup.

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