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Startup que ajuda clientes de bancos a poupar dinheiro recebe aporte milionário

Fundada nos Estados Unidos por um brasileiro, a Flourish recebeu US$ 1,5 mi em rodada liderada pelo Canary

Pedro Moura e Jessica Eting, fundadores da Flourish: empreendedores se conheceram durante MBA na universidade de Berkeley, nos Estados Unidos 
 (Flourish/Divulgação)

Pedro Moura e Jessica Eting, fundadores da Flourish: empreendedores se conheceram durante MBA na universidade de Berkeley, nos Estados Unidos (Flourish/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 4 de março de 2021 às 09h24.

A startup Flourish, que usa jogos e recompensas para ajudar clientes de bancos e fintechs a economizar, acaba de concluir sua primeira rodada de captação. A empresa recebeu um aporte de 1,5 milhão de dólares liderado pelo fundo brasileiro Canary, que investe em companhias como Loft e Buser. Participaram da rodada também os fundos Xochi Ventures, First Check Ventures, Noveus VC e GVAngels, além dos investidores Brian Requarth (fundador da VivaReal), Rodrigo Xavier (ex-presidente do Bank of America) e Beth Stelluto (ex-vice-presidente da Charles Schwab).

Fundada em 2018 pelo brasileiro Pedro Moura e pela americana Jessica Eting, a empresa conquistou clientes nos Estados Unidos, Bolívia e Brasil com uma ferramenta que gamifica a educação financeira para clientes de instituições financeiras. Os clientes finais podem, por exemplo, determinar que a cada vez que seu time fizer um gol uma certa quantia de dinheiro seja transferida da conta corrente para a poupança. Com as brincadeiras, além de melhorar a vida financeira dos usuários, a startup ajuda os bancos e fintechs a estreitar os laços com seus consumidores.

"A abordagem inovadora que Pedro e Jessica construíram para ajudar as pessoas a ter educação financeira e gerir melhor o orçamento familiar nos atraiu, bem como a solução tecnológica que eles podem oferecer para diferentes parceiros em uma região extensa como a América Latina", diz Marcos Toledo, sócio do Canary.

Depois de ter validado seu modelo de negócio com o BancoSol, na Bolívia, a Flourish fez projetos com o Opportunity Fund, nos Estados Unidos, e com o Sicoob, no Brasil. Agora, com a rodada de investimento, a empresa espera crescer na América Latina com a ajuda de seus investidores, todos com experiência na região. "Temos alguns parafusos para apertar, mas queremos trazer pelo menos duas ou três instituições brasileiras como clientes nos próximos seis meses, além de expandir para a Colômbia e o México", diz Moura.

O sonho americano

Nascido em Natal, Pedro Moura se mudou para os Estados Unidos com 15 anos de idade, ao lado da mãe e do irmão, em busca de melhores oportunidades de vida. Matriculado em uma escola pública americana, o empreendedor se destacou como jogador de vôlei e conquistou uma bolsa de estudos na Universidade da Califórnia. Na época, sua mãe e irmão foram deportados de volta ao Brasil, e ele ficou sozinho no país para concluir os estudos.

Os esforços deram resultados. Assim que se formou, o brasileiro conseguiu residência americana e, assim, pôde trabalhar para instituições financeiras renomadas, como o Morgan Stanley e o J.P. Morgan. A vida como executivo, no entanto, não era o sonho de Moura, que gostava mesmo de ajudar a comunidade de imigrantes do país.

Em 2011, então, quando apareceu uma oportunidade para trabalhar na fintech Oportun Financial, famosa por dar crédito a pessoas sem histórico no mercado americano, o brasileiro deixou sua posição no banco. Ele ficou na Oportun até 2017, quando a vontade de empreender falou mais alto.

Sem uma ideia clara do queria fazer, Moura se matriculou em um MBA na universidade de Berkeley. Na época, ele só tinha um desejo de criar um negócio financeiro voltado para as comunidades marginalizadas. Assim que entrou no curso, encontrou a parceira perfeita para a empreitada: a americana Jessica Eting, filha de pais mexicanos e filipinos, que também tinha planos de criar um negócio de alto impacto.

Juntos, em 2018, logo após a conclusão do curso, eles fundaram a Flourish. Na época, a empresa era focada em ajudar jovens americanos com sua educação financeira. Apesar das dinâmicas de jogos e recompensas criadas pela startup funcionarem bem para ajudar os usuários finais, a dupla percebeu que seria mais rápido crescer se fizesse parcerias com instituições financeiras. No começo de 2020, a startup mudou seu modelo de negócio para oferecer seus produtos como plataformas de engajamento de clientes para bancos, varejistas e fintechs.

Com uma equipe de onze pessoas dividida entre Estados Unidos, México e Brasil, a Flourish tem atualmente a ambição de ser uma grande empresa global do setor financeiro. "Estamos bem posicionados para impactar milhões pessoas", diz Moura.

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