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Startup lança vinho em lata e vende todo o estoque em um mês

A brasileira Lovin' Wine, criada em julho de 2020, já vendeu cerca de 15.000 unidades dos vinhos rosé e branco que produz

Lovin' Wine: seus vinhos são produzidos por uma vinícola parceira no Rio Grande do Sul (Lovin' Wine/Divulgação)

Lovin' Wine: seus vinhos são produzidos por uma vinícola parceira no Rio Grande do Sul (Lovin' Wine/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de agosto de 2020 às 08h00.

Última atualização em 30 de agosto de 2020 às 09h36.

Foi com o propósito de simplificar o consumo de vinho que a marca brasileira Lovin’ Wine se lançou ao mercado em julho de 2020. A empresa gaúcha traz a bebida em um formato inusitado para os brasileiros, mas popular lá fora: o vinho em lata. Por enquanto, os dois produtos lançados, um vinho branco e um rosé, fizeram sucesso. O primeiro lote, de 15.000 unidades, foi todo vendido no primeiro mês de operação. 

“Queremos romper os protocolos que existem ao redor do vinho, de que precisa entender para começar a beber”, diz o cofundador e presidente da marca, João Paulo Sattamini. Mas o fato da bebida estar fora da tradicional garrafa de vidro não significa menos qualidade. A Lovin’ apostou que os consumidores pagariam por um produto premium em uma embalagem diferente. Um pacote com quatro latas custa 79,60 reais.

A chave para o sucesso é a internet. A marca é uma DNVB (Digitally Native Vertical Brand), sigla em inglês para empresas que cuidam desde fabricação até a entrega do produto para os clientes finais, usando os canais digitais como ponto de venda. Isso significa que os consumidores não vão trombar com o vinho da Lovin’ no mercado, mas sim no Instagram. Todas as vendas são centralizadas no e-commerce próprio da marca, assim ela sabe exatamente quem é o seu público e o que ele deseja. 

Covid-19 impulsionou a marca digital

Além de Sattamini, a Lovin’ tem como sócios Eduardo Glitz, André Picolli, Daniel Skowronsky, Régis Montagna, Fernando Kwitko e Rudimar Pascoal. Os amigos decidiram criar juntos uma marca de vinhos no final de 2019. Como Sattamini já administrava a BrasilBev, marca dona dos sucos e energéticos Organique, ele assumiu a liderança do projeto em janeiro.

A intenção dos sócios sempre foi a de criar uma marca nativa digital. Com a pandemia do novo coronavírus, o desejo só se intensificou. O isolamento social favoreceu o e-commerce como nunca. No primeiro semestre de 2020, as vendas online cresceram 47% no Brasil, maior taxa dos últimos 20 anos.

Além disso, sem poder ir a bares e restaurantes, as pessoas passaram a consumir mais vinhos em casa. Só no segundo trimestre, a média mensal de consumo por pessoa chegou a 2,81 litros, 72% a mais em relação ao primeiro trimestre, de acordo com a Ideal Consulting. Geralmente o consumo da bebida alcoólica é maior no inverno, mas nunca cresceu tanto.

A valorização do dólar e do euro também ajudou as vinícolas brasileiras. Com o vinho importado mais caro, o consumidor escolhe com mais frequência as marcas brasileiras que têm preço mais competitivo. É desse contexto que a startup gaúcha se beneficia.

Sorte de principiante?

Hoje, o mercado da Lovin’ é concentrado no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Os clientes, em geral, são mulheres de classe A e B e tem entre 28 e 48 anos. “Nossos vinhos são frisantes branco e rosé, faz sentido estar sendo mais demandado pelo público feminino”, diz Sattamini. 

Nos próximos meses, em antecipação ao verão, a startup foca seus esforços de marketing no público de São Paulo e Rio de Janeiro. Como a bebida é em lata e deve ser consumida gelada, a empresa acredita que pode ter sucesso na estação mais quente do ano. 

A meta é produzir 70.000 latas da bebida até o final do ano. Em 2021, os planos são levar os vinhos para o mercado americano e lançar pelo menos mais dois tipos vinhos. Os sócios estão confiantes de que as vendas daqui em diante irão mostrar que o sucesso no primeiro mês vai muito além de sorte de principiante.

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