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Startup francesa cria livro que adapta história ao leitor

Assim, a história pode variar se o leitor for homem ou mulher, se estiver ou não em um relacionamento, e até mesmo dependendo do lugar em que o livro for lido


	Via Fabula: "é o livro que escolhe a história que será mostrada ao leitor e que será adaptada a seus gostos e interesses"
 (Divulgação / Facebook)

Via Fabula: "é o livro que escolhe a história que será mostrada ao leitor e que será adaptada a seus gostos e interesses" (Divulgação / Facebook)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 11h03.

Paris - Dizem que a pessoa que se identifica com a história que lê sempre chega ao final dela. Com base nisso, foi criado na França um aplicativo que se adapta ao gosto, à vida e à personalidade de cada leitor.

Assim, a história pode variar se o leitor for homem ou mulher, se estiver ou não em um relacionamento, e até mesmo dependendo do lugar em que o livro for lido. A invenção é da Via Fabula, uma startup francesa que desenvolve um aplicativo de livros digitais.

"Nós não fazemos livros interativos, mas adaptativos", comentou Bruno Marchesson, fundador do projeto.

A diferença, segundo explicou, é que as histórias interativas permitem que o leitor escolha o que quer ler, e nas "adaptativas é o livro que escolhe a história que será mostrada ao leitor e que será adaptada a seus gostos e interesses".

Para isso, o leitor deve baixar gratuitamente o aplicativo, que já conta com mais de 1,1 mil usuários desde que foi lançado, no início deste ano.

Depois, é necessário associar a conta a um perfil no Facebook ou preencher um simples questionário e permitir que o aplicativo identifique sua localização geográfica.

Feito isso, já é possível começar a ler o romance policial "Chronique(s) d'Abîme" ("Crônica(s) do abismo"), que apresenta o primeiro capítulo adaptado à hora e à cidade do leitor, embora por enquanto só esteja disponível na versão francesa.

No entanto, para ter as adaptações que o aplicativo propõe é preciso pagar, como com qualquer livro digital ou de papel, para continuar com a história.

O custo é de US$ 4,99, dos quais 30% vão para a plataforma de download, outros 30% para Via Fabula e os 40% restantes para o autor.

"É uma verdadeira vantagem para os escritores, pois habitualmente as editoras pagam apenas 10% das vendas a eles", comparou o empresário.

O escritor Marc Jallier, especializado em terror, foi o escolhido para fazer o piloto deste projeto, apesar de "Chronique(s) d'Abîme" já ter sido publicado há mais de dez anos.

Marchesson contou que o escritor decidiu trabalhar com a Via Fabula pelo desafio de escrever seis histórias diferentes que partissem de uma mesma base, com nove finais alternativos e 150 variações no desenvolvimento da história.

"Uma vez ele escutou um de seus leitores dizer que tinha gostado de um livro, mas não do final. Então, quando começamos a trabalhar, lembrou desse episódio e quis tentar não um final diferente, mas muitos mais", disse.

Isso ocorreu há dois anos e, desde então, Marchesson, que é engenheiro informático, começou a trabalhar com o escritor.

Depois, vieram seus dois atuais sócios: o desenvolvedor Rémy Bauer e a web designer e diretora geral Aurélie Chavanne. Após seis meses de trabalho coletivo, o projeto ficou pronto.

"Tudo funciona com um algoritmo que se encarrega de introduzir as variações da história, a partir de uma plataforma informática que muda de forma dinâmica para cada leitor", detalhou Marchesson.

De acordo com o fundador do projeto, a equipe da Via Fabula "trabalhou com os códigos e a programação" e a diversão ficou com o escritor, que "saiu de sua zona de conforto e pôde explorar verdadeiramente sua criatividade para desenvolver o que pode ser uma nova forma de literatura".

A Via Fábula trabalha agora na publicação de dois novos livros. Um deles será ilustrado e infantil, que pode ser lançado em breve, segundo Marchesson, para "conquistar" mais crianças e "animá-las para que leiam desde os primeiros anos".

O segundo será de ficção científica e deve ser disponibilizado até o fim deste ano. "É um documentário de ficção, ou seja, vai ser baseado em histórias reais, mas o ponto de vista de cada personagem mudará de acordo com os desejos dos leitores", explicou Marchesson.

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