WOM: a startup quer ganhar 25% do mercado colombiano nos próximos cinco anos (Filadendron/Getty Images)
Carolina Ingizza
Publicado em 24 de novembro de 2020 às 09h40.
Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 09h43.
A WOM, uma startup de telefonia móvel, quer se expandir na Colômbia com um investimento de US$ 1 bilhão que permitirá à empresa desafiar concorrentes como a Claro, do bilionário Carlos Slim.
A empresa, controlada pela firma de private equity Novator Partners do magnata islandês Bjorgolfur Thor Bjorgolfsson, está lançando seu serviço de celular de baixo custo no país de 50 milhões habitantes, onde cerca da metade dos usuários de telefonia móvel são clientes da Claro, a marca dominante da América Móvil de Slim. A WOM vê potencial para ganhar cerca de 25% do mercado em cinco anos, oferecendo uma alternativa à concorrência de preços mais elevados, disse o diretor-presidente Chris Bannister.
“As pessoas aqui estão decepcionadas com as empresas de telecomunicações”, disse Bannister em entrevista por vídeo de Bogotá, que vestia uma camiseta “Womster”. “Os consumidores na Colômbia estão cansados dos preços altos e do serviço ruim.”
A empresa irmã da WOM Colômbia no Chile, também controlada pela Novator, conquistou cerca de 22% de participação nos cinco anos desde o lançamento. Apesar das paralisações causadas pela covid, a receita cresceu 20% e o número de assinantes aumentou 13% no terceiro trimestre em comparação com o ano anterior, de acordo com relatório da Lucror Analytics.
Os títulos com vencimento em 2024 da WOM Chile mostram retorno de 41% neste ano, o melhor desempenho entre os mais de 800 títulos corporativos monitorados pelo índice de mercados emergentes Bloomberg Barclays, cujo retorno médio foi de 5,8%.
O foco da empresa nas chamadas contas pós-pagas - que representam mais de 90% das receitas de serviços - e seu “valor sólido para o cliente” ajudaram o desempenho operacional resiliente neste ano, disse Sebastian Hofmeister, analista da Lucror que tem recomendação de compra para os títulos.
A WOM é uma das cinco empresas de telecomunicações que disputam licenças 5G no Chile, que o governo planeja distribuir em fevereiro.
No ano passado, a Novator traçou planos para entrar no mercado colombiano ao vencer um leilão de largura de banda do governo e comprar uma participação majoritária na problemática telecom Avantel, que está em reestruturação com o apoio de mais de 80% dos credores, disse Bannister.
Bannister, que lançou empresas em Mianmar, Polônia e, mais recentemente, passou mais de quatro anos liderando a WOM no Chile, disse que a startup vai investir pesado para construir uma rede em toda a Colômbia nos próximos anos.
A empresa planeja instalar 8.000 antenas, cerca de 70% das quais por meio de empresas terceirizadas, e o restante será instalado por conta própria. A WOM também quer contratar 2.500 pessoas em relação aos cerca de 1.200 mil atualmente. De acordo com a licença, a empresa é obrigada a fornecer serviço a 674 áreas rurais que atualmente não estão conectadas.
O mercado colombiano, com quase 65 milhões de assinantes de telefonia móvel, atualmente é dominado pela Claro, Movistar, da Telefónica, e Tigo. Um estudo da consultoria Arthur D. Little constatou que o mercado colombiano está entre os mais concentrados e caros do mundo, na comparação de preços por dados.
Bannister disse que isso torna o mercado maduro para uma nova operadora. Ele acredita que a WOM vai se expandir para outros países da região.
“Existem mais países na América Latina, como Chile e Colômbia, onde acreditamos que o modelo WOM funcionará”, disse. “Mas primeiro temos que dominar a Colômbia.”