Loggi: além de sua plataforma de tecnologia, a Loggi investirá em robótica e engenharia (Loggi/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 08h00.
Última atualização em 7 de junho de 2019 às 17h17.
São Paulo – O trânsito de São Paulo e a famosa burocracia brasileira são motivo de irritação para a maioria. Para o empreendedor Fabien Mendez, porém, foram o estalo para uma ideia de negócio milionária.
Nascido na França e atuando no Brasil desde 2010, Mendez é o CEO da Loggi, startup que atua num setor estratégico: o dos motoboys.
“A ideia da Loggi surgiu quando eu estava caminhando na avenida 9 de julho e contei o numero de motoboys passando. Me dei conta de que era um mercado gigante. E vi que temos de um lado um gargalo logístico, do outro, um setor que foi recentemente regularizado pelo Estado”, afirma Mendez.
A aposta tem se mostrado acertada. No mercado desde 2013, a Loggi fechou 2015 com um faturamento de 20 milhões de reais. Para 2016, a expectativa é dar um salto invejável e chegar aos 130 milhões de reais.
“Em setembro de 2016 estávamos 7 vezes maiores que em setembro de 2015”, comemora Mendez.
Segundo o empreendedor, parte do sucesso se explica pelo foco no bom atendimento tanto ao cliente quanto ao motoboy. “Costumo dizer que os motoboys também são nossos clientes”, afirma.
Hoje a empresa conta com 4.500 motociclistas ativos todos os dias. Para atuar pela Loggi, o profissional deve ser registrado como MEI (Microempreendedor Individual) e emitir nota fiscal. Todos eles têm autorização da prefeitura para exercer a função, garante a empresa.
O CEO garante que há casos em que o motociclista ganha até 4 mil reais, atuando durante sete horas para a Loggi.
Já para a empresa que contrata o serviço, as facilidades incluem o acompanhamento da viagem via aplicativo e o cálculo antecipado do valor do frete pelo site.
A Loggi começou a atuar em São Paulo focada no mercado corporativo de entrega de documentos. Pouco depois, se propôs a atender também e-commerces e hoje faz entregas para sites como Netshoes e Dafiti, além de ter expandido sua atuação para mais quatro capitais: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.
Agora, a startup mira um nicho complexo: o de delivery de restaurantes.
“É um setor muito difícil, porque, para que a entrega seja boa, tem que ser feita em menos de 30 minutos. Outra questão é que o ticket médio é baixo, de cerca de 55 reais, então os clientes não querem pagar muito pela entrega. Isso faz com que o mercado de comida seja muito informal, a maioria dos motoboys não são regularizados e têm que trabalhar muito”, afirma Mendez
Para ajudar a resolver esses problemas, os motoboys do serviço LoggiPresto, voltado especificamente para esse nicho, andam com suas próprias máquinas de cartão. “Assim, economizamos um tempo precioso, porque ele não precisa voltar para o restaurante para deixar a máquina”, explica.
Já o cliente final pode acompanhar o trajeto do seu pedido pelo celular, uma inovação e tanto para quem está ansioso por receber sua comida em casa.
A intenção da Loggi é fechar 2016 com 350 restaurantes entre seus clientes. Atualmente já usam o serviço redes como Viena, Bacio di Latte e Lanchonete da Cidade.