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Startup espanhola Glovo vê potencial para dobrar presença no Brasil

Empresa enxerga potencial para país ser principal mercado em número de pedidos ao ampliar sua base de 21 para 50 cidades

Startup chegou ao mercado brasileiro em fevereiro de 2018 (Glovo/Reprodução)

Startup chegou ao mercado brasileiro em fevereiro de 2018 (Glovo/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 20h55.

Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 09h40.

São Paulo -  A startup espanhola de entregas de encomendas Glovo vê potencial para mais que dobrar sua presença no Brasil este ano, tornando o país como seu principal mercado em número de pedidos ao ampliar sua base de 21 para 50 cidades.

"A Espanha ainda é o maior mercado por ser o mais antigo, mas a tendência é que o Brasil a ultrapasse até o fim do ano em termos de pedidos até pelo tamanho da população e pelo número de grandes cidades", disse à Reuters nesta quarta-feira o diretor-geral da Glovo, Bruno Raposo.

A startup, que iniciou as atividades em janeiro de 2015 na Espanha, chegou ao mercado brasileiro em fevereiro do ano passado, como parte dos esforços para ampliar sua atuação na América Latina, onde ingressou após uma captação de 30 milhões de euros em setembro de 2017.

Desde então, a Glovo recebeu um investimento de 115 milhões de euros para entrada na África e, de acordo com Raposo, deve concluir ainda no primeiro trimestre uma nova rodada cujos recursos serão destinados à criação de um segundo centro de tecnologia fora da Espanha, provavelmente na América Latina.

"A aderência do delivery de supermercados na América Latina é muito grande comparado aos países europeus em que a Glovo atua. Aqui já existe a cultura de pedir farmácia e supermercado por delivery", comentou o diretor-geral da startup, sem revelar números de entregas.

No Brasil, onde a Glovo emprega 140 funcionários, a empresa aproveita um mercado em rápida expansão, mas disputado por uma série de competidores como Rappi e James Delivery, que foi comprada em dezembro pelo grupo GPA.

Na América Latina, além do Brasil, a Glovo também está presente no Peru, Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Costa Rica, Panamá e Guatemala. Ao todo, são 21 países, incluindo os negócios na Europa, África e Oriente Médio.

Para Raposo, a expectativa de crescimento da Glovo no mercado brasileiro apoia-se nos sinais de retomada da economia e melhora da confiança, bem como em um cenário mais favorável a investimentos estrangeiros sinalizado pelo novo governo.

Entre as iniciativas para impulsionar as receitas no Brasil, a startup lançará o 'Glovo Prime', um serviço de assinaturamensal para entregas gratuitas ilimitadas em pedidos acima de 30 reais.

Desde dezembro, a empresa também vem oferecendo o 'Glovo Business', voltado a empresas para entregas ou retiradas em um ou múltiplos destinos. "Estamos investindo mais nessa vertical de courier porque não vemos tanta concorrência como em supermercados", explicou. A Glovo estima atingir 40 mil pedidos por mês no Brasil ainda no primeiro trimestre nessa modalidade de serviços para empresas.

A decisão de ingressar no segmento corporativo leva em conta o ambiente cada vez mais competitivo entre aplicativos voltados a consumidores individuais e que operam dentro do regime conhecido como "última milha", em que entregas são feitas dentro de poucas horas.

Redes tradicionais de varejo alimentar no país estão se esforçando para disputar fatias maiores do comércio eletrônico por meio de parcerias ou aquisições, como ocorreu com a compra pelo GPA da James Delivery.

"Tem alguns movimentos de redes (varejistas) tentando desenvolver internamente, outras buscando associações com aplicativos especializados e outras fazendo aquisição... Nós temos parceria com o Dia e outros regionais aqui no Brasil", contou Raposo, se referindo à rede espanhola de mercados.

Na França, a Glovo é operadora exclusiva de entregas da cadeia de supermercados Franprix, do Casino, de acordo com o executivo. "Temos relação com Carrefour e Casino em nível de matriz lá na França. E, mesmo que não tenhamos relação comercial (no Brasil), ao longo de 2018 tivemos várias conversas com os dois (sobre negócios no país)", contou.

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