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Startup de pagamentos dLocal é primeiro unicórnio do Uruguai

A empresa foi avaliada em US$ 1,2 bilhão após receber um investimento de US$ 200 milhões das firmas de private equity General Atlantic e Addition

dLocal: startup tem como clientes empresas multinacionais como Amazon, Uber e Booking (dLocal/Reprodução)

dLocal: startup tem como clientes empresas multinacionais como Amazon, Uber e Booking (dLocal/Reprodução)

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Carolina Ingizza

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 14h12.

Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 14h24.

A dLocal, o mais novo unicórnio da América Latina e primeiro do Uruguai, quer dobrar as vendas e expandir em outros países em desenvolvimento após obter novo financiamento.
A empresa, que foi avaliada em 1,2 bilhão de dólares na última rodada de financiamento, planeja usar os recursos para desenvolver serviços, produtos e iniciar operações em 13 países, incluindo Quênia, Vietnã e Tailândia, de acordo com o fundador e diretor-presidente, Sebastián Kanovich.

“Normalmente, esses são mercados com grandes populações com muito atrito no espaço de pagamentos, e é aí que queremos nos concentrar”, disse Kanovich, de 30 anos, em entrevista por Zoom. A dLocal já dá lucro e as vendas vão mais do que dobrar, para cerca de 150 milhões de dólares neste ano, disse.

A startup dLocal, com sede em Montevidéu, fornece plataformas de pagamento em 20 países em desenvolvimento que permitem que empresas multinacionais como Amazon.com e Booking.com cobrem de clientes em diferentes moedas, aceitando cartões de crédito locais, transferências bancárias e outras formas de pagamento. A empresa também fornece serviços de pagamento externo, como o envio de dinheiro de empresas como a Uber Technologies para motoristas.

Fundada em 2016, a dLocal se tornou o primeiro unicórnio do Uruguai — uma startup privada com valor acima de 1 bilhão de dólares — depois de ter anunciado um investimento de 200 milhões de dólares pelas firmas de private equity General Atlantic e Addition nesta semana. A dLocal é grande o suficiente para se manter como empresa independente no setor de pagamentos, e abrir o capital não é prioridade agora, disse Kanovich.

“Acho que as empresas que fazem pagamentos em apenas um mercado terão dificuldades no longo prazo”, disse. “Quanto mais mercados, quanto mais regiões geográficas você oferece, melhor.”

A empresa — que atualmente tem cerca de 285 funcionários — não planeja operar pagamentos com criptomoedas até que clientes exijam e reguladores autorizem essas transações, afirmou.

A ascensão da dLocal ao status de unicórnio é uma notícia positiva para o Uruguai, cuja economia de 56 bilhões de dólares depende muito dos gastos do governo, exportações de commodities agrícolas e turismo. O mercado interno obrigou o pequeno, mas vibrante setor de tecnologia do país a buscar investimentos e crescimento no exterior.

“Não temos um mercado local que permita que você seja apenas um unicórnio no Uruguai”, disse Kanovich.

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