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Startup de e-commerce Nuvemshop recebe aporte de R$ 500 milhões

Depois de quase triplicar a operação em 2020, a empresa concluiu uma nova rodada de captação liderada pelo fundo global Accel Partners

Santiago Sosa, cofundador e presidente da Nuvemshop: empresa conecta mais de 90.000 lojistas na América Latina (Nuvemshop/Divulgação)

Santiago Sosa, cofundador e presidente da Nuvemshop: empresa conecta mais de 90.000 lojistas na América Latina (Nuvemshop/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 22 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 22 de março de 2021 às 09h21.

Cinco meses depois de ter anunciado uma rodada de investimento de 30 milhões de dólares, a startup Nuvemshop, de e-commerce, acaba de receber um novo aporte de 500 milhões de reais liderado pelo fundo global Accel Partners, famoso por ter investido em empresas como Facebook, Spotify e Slack. A gestora americana ThornTree Capital, que investe nas brasileiras Alice e LivUp, também participou da rodada, assim como os investidores anteriores da companhia Kaszek, Qualcomm Ventures LLC e Kevin Efrusy.

A nova rodada em tão pouco tempo é fruto do bom momento que a startup vive em meio à pandemia. Especializada em criar lojas online para pequenas e médias empresas, a Nuvemshop viu sua base de clientes passar de 25.000 lojistas no começo do ano passado para mais de 70.000 em dezembro. Hoje, já são quase 80.000 clientes usando seus serviços.

Esse crescimento atraiu investidores internacionais de olho em boas oportunidades na América Latina, onde há mais de 650 milhões de consumidores e muito espaço para a expansão do e-commerce. No Brasil, principal mercado da Nuvemshop, o comércio eletrônico dobrou de tamanho em 2020, mas ainda representa somente cerca de 10% do faturamento do varejo.

“A cada semana, pelo menos dois ou três fundos nos chamavam para conversar”, diz Santiago Sosa, cofundador e presidente da startup. Segundo o empreendedor, foi só ao conhecer a Accel Partners, que tem experiência com empresas de tecnologia e e-commerce, que a companhia decidiu aceitar receber mais investimento.

“A Nuvemshop está em uma posição única para continuar ajudando os empreendedores da América Latina a se conectarem diretamente com seus clientes”, afirma Ethan Choi, sócio da Accel. Andrew Braccia, também sócio da Accel e membro do Conselho de Administração da Nuvemshop, complementa: “Estamos entusiasmados em apoiá-los em seu próximo estágio de crescimento durante este período sem precedentes de adoção ao comércio eletrônico”.

Planos para o investimento

Os 500 milhões de reais permitem que a empresa invista na sua infraestrutura para poder chegar à marca de 500.000 lojas clientes em cinco anos. "São poucas as pequenas e médias empresas que vendem online na América Latina. Nos próximos anos, temos o desafio de continuar a abaixar as barreiras de entrada para mostrar aos empreendedores que pode ser fácil vender pela internet", diz Sosa.

Na prática, isso significa que a companhia terá que investir mais em tecnologia, marketing e atendimento. Só em 2021, serão 400 vagas abertas, o que dobra o quadro de funcionários atual. Em três anos, a projeção é ter 2.500 empregados.

Além disso, a Nuvemshop vai reforçar as soluções de logística e pagamentos que oferece aos lojistas. Para isso, irá buscar novas parcerias para sua plataforma aberta e também irá desenvolver em casa alguns serviços nessas áreas. Segundo Sosa, os clientes devem ter acesso ainda neste ano a uma solução financeira própria da empresa, por exemplo.

A startup também usará o capital nos seus planos de expansão internacional. Hoje, a força do negócio se concentra no Brasil e na Argentina, mas a empresa abriu um escritório no México no ano passado e deve abrir outro na Colômbia em 2021. No ano que vem, a ideia ir para o Peru e o Chile.

Trajetória da empresa

O negócio foi fundado por Santiago Sosa, Alejandro Alfonso, Martín Palombo e Alejandro Vásquez em 2011. Apesar de criada na Argentina, a startup sempre mirou o mercado brasileiro para crescer. Em 2012, os sócios montaram um escritório no país após receberem um investimento-anjo de 300.000 dólares do fundo Kaszek Ventures.

Com mensalidades que variam de 14 a 200 reais por mês, a startup oferece para os lojistas um jeito fácil de começar a vender online. Além do site personalizado, os empreendedores clientes da startup recebem ferramentas de pagamento, logística e atendimento.

"Aproveitando as economias que a escala nos dá, conseguimos negociar melhores taxas com fornecedores e garantir que os pequenos lojistas tenham um e-commerce do mesmo nível que o de uma grande varejista", disse Alejandro Vásquez, diretor comercial e cofundador da Nuvemshop, em entrevista anterior à EXAME.

Em 2020, os clientes da startup movimentaram 3,5 bilhões de reais com vendas, uma alta de 280% em relação ao ano anterior. Para este ano, com o impulso do aporte e da pandemia, a empresa estima ultrapassar os 7 bilhões de reais em vendas.

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