Marcelo Espiga e Luigi Rodrigues, fundadores da Floki: a empresa automatiza compras de produtos para bares, restaurantes e padarias (Floki/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 15h00.
Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 12h48.
Para um pequeno bar ou restaurante, gerenciar as compras de insumos pode ser uma dor de cabeça. De olho nesse mercado, os engenheiros Luigi Rodrigues e Marcelo Espiga, colegas de trabalho na consultoria McKinsey & Co, decidiram empreender e fundar a Floki Technologies, uma startup que usa inteligência artificial para automatizar o processo de compras de pequenas empresas do setor de alimentação.
A startup foi criada em março deste ano e já chamou a atenção de investidores. Nesta segunda-feira, 14, a gestora de venture capital Iporanga Ventures anuncia ter liderado uma rodada pré-seed de 3,6 milhões de reais no negócio. O aporte ainda teve a participação de fundadores de startups como Viva Real, Olist, Guiabolso e Apontador.
"A Floki atua em um setor extremamente analógico. A sua solução automatiza e simplifica o processo de compras, trazendo economia imediata de custos e de tempo", afirma Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures.
Com os novos recursos, a startup pretende consolidar o seu produto e estruturar uma equipe comercial de vendas. Atualmente a empresa atua na cidade de São Paulo e tem cerca de 35 clientes. A meta é chegar a 200 ao longo de 2021.
Fundar uma empresa em plena pandemia não é uma tarefa fácil, mas Rodrigues e Espiga acreditam que a crise acabou evidenciando o problema que eles tentavam resolver. “Comprar de forma inteligente se tornou uma questão de sobrevivência para muitos restaurantes, que chegaram a ver quedas de 70% do faturamento”, diz Espiga, diretor de produtos e operações.
A Floki, então, facilita as compras com uma plataforma que está integrada a 300 fornecedores diferentes. Com uma assinatura mensal de cerca de 500 reais, bares, restaurantes e padarias podem acessar a ferramenta. Por negociar as compras de dezenas de empresas, a startup consegue preços melhores com as fabricantes.
Em média, a empresa afirma conseguir uma economia de 20% nos valores de compra dos estabelecimentos clientes. O tempo dedicado por seus clientes às compras também é reduzido em 80%, segundo a startup.
"A área de compras concentra as principais dores vivenciadas por nossos clientes, representando algo entre 30% a 40% do faturamento desses estabelecimentos. Todo dia o varejista precisa resolver um quebra-cabeça complexo de fornecedores, preços, prazos de pagamentos e preferências pessoais”, afirma Luigi Rodrigues, presidente da startup.
Hoje a empresa emprega 15 pessoas e espera terminar o ano que vem com o dobro de funcionários. No curto prazo, o objetivo dos sócios é que a startup seja uma das maiores compradoras de insumos do Brasil de clientes como a Ambev. Quando estiver consolidada no mercado de alimentação, o plano é expandir para outras indústrias, como mercearias e farmácias.
“O que nos chama atenção é o tamanho da oportunidade, já que é um mercado de 200 bilhões de reais por ano. Acreditamos que a Floki pode ser um player relevante nele, usando ferramentas como machine learning para otimizar os custos dos pequenos estabelecimentos”, diz Teixeira, da Iporanga Ventures.