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Startup de benefícios corporativos cresce na crise e recebe R$ 7,5 milhões

A rodada de investimento da brasileira Allya, fundada em 2014, foi liderada pela gestora Domo Invest

Gustavo Antonelli, Welton Brandão e Marco Ferelli, sócios fundadores da Allya: empresa ajuda o RH a gerir parcerias, convênios e clube de vantagens exclusivos para os funcionários (Allya/Divulgação)

Gustavo Antonelli, Welton Brandão e Marco Ferelli, sócios fundadores da Allya: empresa ajuda o RH a gerir parcerias, convênios e clube de vantagens exclusivos para os funcionários (Allya/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 14 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 15 de agosto de 2020 às 11h34.

A pandemia fez muitas empresas perceberem que era a hora de digitalizar processos. Na área de recursos humanos (RH) não foi diferente. A startup brasileira Allya, fundada em 2014, sentiu uma procura maior por seus serviços durante os primeiros meses da crise, crescendo 20% entre março e junho. O bom momento foi coroado com um novo aporte recebido pela companhia: foram 7,5 milhões de reais em uma rodada liderada pela Domo Invest.

A startup oferece uma plataforma que permite que o RH terceirize a gestão de parcerias, convênios e clube de vantagens para os funcionários da empresa. Para poder aprimorar a tecnologia e lançar uma nova ferramenta de assistência financeira, a empresa começou a buscar investimento no mercado. “A Allya tem seis anos, então a gente estava buscando um parceiro que pudesse trazer conexões e apoio para a empresa. Encontramos isso na Domo”, diz Marco Ferelli, sócio e diretor de vendas da startup. 

Gabriel Sidi, sócio diretor da Domo, afirma que o fundo decidiu apostar na empresa devido a sua reputação dentro dos principais RHs brasileiros. Grandes empresas como Accenture, Banco Pan, Suzano, Localiza e MRV são clientes da startup. “O aplicativo da Allya tem uma usabilidade ótima, facilita a vida dos colaboradores e as empresas adoram”, diz o investidor.

Com o capital, a Allya já começou a trabalhar no desenvolvimento da solução de inteligência artificial que ajuda os funcionários das empresas clientes na sua vida financeira. A ideia é ser uma ferramenta complementar ao objetivo da startup de ajudar as pessoas a poupar dinheiro. “O assistente financeiro entende os padrões de gastos e recomenda formas de economizar”, afirma Welton Brandão, sócio e diretor de produto e tecnologia da startup.

A trajetória da startup

A Allya nasceu de uma insatisfação de Ferelli como funcionário. Em um emprego antigo, ele percebeu que o RH demorou muito para dar retorno sobre a possibilidade de fechar um convênio de descontos com uma faculdade que ficava próxima ao escritório. Ao notar que deixou de economizar dinheiro por conta dessa ineficiência do processo, ele decidiu criar uma plataforma que ajudasse a minimizar o problema.

“O RH é muito atarefado, muitas vezes não tem braço para fazer também uma negociação de desconto com o restaurante do bairro ou com a escola de inglês”, diz o sócio fundador. Junto com os amigos Welton Brandão, Gustavo Antonelli e Rogério Nogueira, o empreendedor foi buscar um investimento anjo para iniciar o projeto. Em 2014, conseguiram 250.000 reais com amigos e familiares e passaram a desenvolver a plataforma, que foi lançada em 2015.

A Allya oferece, então, um aplicativo e plataforma web em que os funcionários da empresa podem se conectar com mais de 29.000 parceiros que oferecem descontos e condições exclusivas. Há todo tipo de categoria, desde restaurantes, farmácias a faculdades e e-commerces. Usando a geolocalização, o app envia uma notificação toda vez que o usuário vai a um estabelecimento conveniado. 

Se um colaborador quiser sugerir uma nova parceria, a startup gerencia o credenciamento também. Ao RH, a empresa disponibiliza materiais para a comunicação interna, como posts para a intranet e cartazes falando sobre as parcerias. Caso a companhia cliente não queria que seus funcionários acessem determinado benefício — oferecido por uma concorrente, por exemplo —, o RH pode bloqueá-lo.

O serviço custa a partir de 17,50 reais por funcionário e cai conforme o volume de cadastrados aumenta. Ao todo, já são mais de 160 empresas clientes. A projeção dos sócios é que a startup triplique seu faturamento em 2020 em relação ao ano anterior. “Estamos trabalhando para aumentar cada vez mais o engajamento dos usuários na plataforma”, diz Ferelli. 

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