Simple Guest: "Na média, conseguimos aumentar a lucratividade dos imóveis em até 80%", diz o cofundador da empresa (Facebook Simple Guest / Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 15h35.
São Paulo - Uma das empresas mais populares no mercado de tecnologia, o Airbnb oferece a seus usuários a possibilidade de alugar um apartamento, quarto ou cama sem uso para hóspedes eventuais, apostando no ideal da "economia compartilhada".
Para muitos anfitriões, no entanto, tem sido difícil acertar a receita para criar ofertas atrativas para os viajantes em potencial - e conseguir ganhar dinheiro com a atividade. De olho nesse público, a startup Simple Guest criou um serviço para intermediar a relação entre os donos dos imóveis e os hóspedes.
Atualmente, a empresa administra 70 imóveis em diferentes cidades do Brasil e, nos próximos meses, planeja expandir seus negócios para Orlando, nos Estados Unidos.
"Na média, conseguimos aumentar a lucratividade dos imóveis em até 80%", diz o cofundador da empresa, o empresário curitibano Fernando Doege.
Fundada em agosto de 2015, a Simple Guest nasceu de uma experiência própria de Doege, cuja família é dona de três apartamentos no disputado litoral catarinense.
"Eu alugava os imóveis para temporada por meio de uma imobiliária, mas não valia a pena porque pagavam pouco e as pessoas detonavam o apartamento", diz ele.
Após descobrir o Airbnb em novembro de 2013, o empresário passou a faturar mais com o aluguel dos imóveis na plataforma de hospedagem do que com sua própria empresa -na época, ele liderava uma startup especializada em fazer a gestão de caçambas de entulho.
"Eu cobrava cerca de R$ 400 por noite. Depois de entender como o Airbnb funciona, a diária dos meus apartamentos não sai por menos de R$ 1,3 mil", explica.
Caseiro
Para seus clientes, a Simple Guest oferece um serviço que cobre todas as fases da locação do imóvel no Airbnb - da otimização do anúncio na plataforma à entrega das chaves e limpeza da casa ou apartamento após a hospedagem.
São três planos diferentes: advanced (no qual fica com 9% do valor da reserva), premium (19% do valor da reserva, mais taxa de limpeza) e deluxe (30% do valor da reserva, também com taxa de limpeza).
Além da diferença financeira, os planos têm níveis diferentes de estrutura - os dois últimos estão disponíveis apenas nas cidades em que a empresa conta com "parceiros", profissionais que cuidam da recepção e da estadia dos hóspedes.
Entre elas estão São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e destinos litorâneos como Bombinhas (SC) e Xangri-Lá (RS).
Para manter o espírito colaborativo do Airbnb, a Simple Guest busca também fornecer dicas de passeios, restaurantes e serviços próximos ao local da reserva.
"Analisamos o perfil do hóspede para conseguir surpreendê-lo", explica o empresário. "Se o usuário reservou um apartamento com custo alto, sabemos que podemos sugerir um restaurante de alto padrão para ele."
O cofundador da Simple Guest vê na atual crise econômica uma ótima oportunidade de negócio. "Há muita oferta de imóveis no mercado, com proprietários que não têm conseguido rentabilizar no nível esperado", diz Doege.
"Além disso, na crise é mais fácil alugar por temporada do que por um longo período de contrato." Considerado tema polêmico, a empresa não teme que serviços como o Airbnb sejam regulados pelo governo brasileiro.
"É bom pagar imposto: isso vai ajudar a tirar o negócio das sombras", diz Doege.