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Startup brasileira Todo Cartões é comprada pela americana InComm Payments

A companhia americana passa a ser a única acionista da startup. Os sócios fundadores da Todo Cartões, assim como os funcionários, seguem na operação

Gregório Rados, João Espíndola, Ricardo Olivieri e Filipe Fortes: o valor da transação não foi divulgado pelas empresas (Vini Dalla Rosa/Divulgação)

Gregório Rados, João Espíndola, Ricardo Olivieri e Filipe Fortes: o valor da transação não foi divulgado pelas empresas (Vini Dalla Rosa/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 09h15.

Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 10h12.

O ano de 2020 detém o recorde de fusões e aquisições do mercado de startups brasileiro. Nesta terça-feira, 24, mais uma transação corrobora a estatística. A startup Todo Cartões, fundada há oito anos no país, acaba de ser comprada pela americana InComm Payments, especializada em tecnologia de pagamentos. O valor da transação não foi divulgado pelas companhias.

O negócio das duas empresas é bastante similar. Na verdade, os fundadores da startup, João Espindola, Gregório Rados e Filipe Fortes, se inspiraram no modelo da americana para criar sua operação de cartões presente no país. Hoje, a startup atende mais de 70 varejistas brasileiros, entre eles a Riachuelo, Outback, Centauro, Havaianas e RiHappy. Em 2019, a empresa transacionou 50 milhões de reais, faturando 4 milhões.

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Já a Incomm Payments foi fundada há 25 anos nos Estados Unidos e está há oito no Brasil. Apesar de ser conhecida por seu modelo de cartões presente na América do Norte, por aqui a companhia se especializou em gerir a distribuição de cartões de empresas de tecnologia, como Netflix, Spotify, Uber e PlayStation, para supermercados, farmácias e lojas de conveniência.

Com a pandemia, a empresa cresceu especialmente nos mercados emergentes, já que muitos consumidores, sem acesso a cartões de crédito, dependem dos gift cards comprados no varejo para se entreter em casa. O Brasil se tornou um dos quatro principais mercados em que a companhia aposta.

A aquisição da Todo surgiu como uma possibilidade quando a americana decidiu que era hora de iniciar sua operação de gift cards no país. Segundo Ricardo Olivieri, diretor da empresa no Brasil, a companhia avaliou que seria melhor adquirir uma empresa que já atuasse no mercado local para ganhar tempo. A startup, que já era parceria comercial, foi a candidata ideal.

Já para a Todo Cartões, a aquisição veio como uma oportunidade de alavancar o crescimento da empresa, que não tinha investidores externos. “Com a aquisição, vamos somar times, tecnologia e expertises. Temos a possibilidade de oferecer o melhor serviço do mundo, estamos super entusiasmados”, diz João Espindola.

A empresa tem três principais canais de venda de cartões presente: a loja física, o e-commerce das varejistas e a venda corporativa. Durante a pandemia, o canal presencial despencou, enquanto o e-commerce subiu. A venda para outras empresas, que usam os cartões para presentear funcionários, se manteve. A Todo não informa quanto cresceu no período, mas Espindola afirma que a startup está “transacionando volumes acima do ano anterior”.

Os três sócios fundadores se tornam executivos da InComm, e os 30 funcionários da startup serão mantidos. Mas as companhias ainda não definiram se a marca Todo Cartões permanecerá no mercado brasileiro.

De acordo com Olivieri, o plano é acelerar as vendas até o final de 2020, para que no ano que vem as duas equipes possam discutir a nova estratégia comercial, identificando sinergias e clientes em comum. “Muitos varejistas já nos procuravam querendo criar um cartão presente próprio, agora vamos poder atender”, diz.

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