Allonnia: empresa usa micróbios para eliminar poluentes químicos em águas residuais e no solo (Greenpeace/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 17h19.
Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 21h42.
Uma nova empresa que tem o apoio do bilionário Bill Gates tenta garantir que “produtos químicos permanentes” não durem realmente tanto tempo.
A Allonnia, lançada na quinta-feira com 40 milhões de dólares em financiamento da série A, trabalha para que micróbios eliminem poluentes em águas residuais e no solo. Está começando com a PFAS, uma classe traiçoeira de produtos químicos presentes na água potável dos Estados Unidos e que, além disso, se mostraram resistentes à decomposição, sendo rotulados como “para sempre”.
“Temos um problema de resíduos no mundo, onde uma solução ainda não foi descoberta”, disse Nicole Richards, diretora-presidente da empresa e que trabalhava na DuPont. “A Allonnia utiliza biologia, que é um recurso inexplorado, onde a química e os materiais atingiram seus limites em muitos casos.”
A Allonnia foi criada pelo Ferment Consortium, um veículo de investimento de 350 milhões de dólares para financiar empreendimentos da Ginkgo Bioworks. É apoiada pela Cascade Investments de Gates, entre outros investidores.
A iniciativa chega em um momento de novo interesse pelo que micróbios podem fazer. A Ginkgo e outras empresas os utilizam para criar de canabinoides até carne fake.
A Battelle Memorial Foundation, uma organização sem fins lucrativos que realiza trabalhos de segurança nacional e saúde, também é investidora e parceira da Allonnia. A Cascade de Gates, juntamente com a Viking Global Investors e a General Atlantic, terão uma participação na nova empresa. A Allonnia não detalhou o tamanho da participação de cada investidor.