Ricardo Leme, Rafael Almeida, Norberto Costa e Jean Paul Maroun, fundadores da Eatopia: nova holding nasce com faturamento de R$ 100 milhões (Claudio Gatti/Divulgação)
Duas startups de alimentação se uniram para criar um novo grupo de delivery no país. Nesta segunda-feira, 13, a Mimic, responsável pelas operações de delivery de bandeiras como a da hamburgueria Patties e da tradicional pizzaria paulista Bráz Eléttrica anunciou a fusão com a Garden Brands, também de alimentação, para criar uma nova holding do setor que já começa com faturamento anual de 100 milhões de reais.
A nova empresa, chamada de Eatopia, contará com os três sócios-fundadores da Garden e também com o fundador da Mimic, Jean Paul Maroun. Para unir as duas operações, parte da aposta dos quatro empreendedores é também abrir caminho para acelerar a saída dos outros investidores da Mimic. Maroun e os outros sócios compraram as participações societárias dos fundos Canary e Monashees, que aportaram recursos na startup há dois anos, além de adquirir a parte de Andres Andradre, outro fundador da Mimic, no negócio.
O modelo de negócio da Mimic traz novo fôlego à operação da Garden Brands, que cuida das marcas Poke Garden e Sushi Garden One. A foodtech adminstra operações de delivery em 12 cozinhas físicas pelo estado de São Paulo, com 300 funcionários e atende cerca de 130.000 pedidos mensais. Com isso, a Eatopia nasce para ser uma operadora digital de restaurantes com cobertura em 90% na capital paulista, além das cidades de Campinas e Santo André.
“A Eatopia traz o que há de mais inovador no mercado, unindo produtos de grande qualidade em um modelo de excelência na operação, com alta eficiência e produtividade. Essa é a receita para mantermos a experiência do cliente no centro do negócio e conseguirmos trazer, para o digital, a mesma conexão e engajamento que mantinham com as marcas no ambiente físico”, disse, em nota, Norberto Costa, fundador da Garden Brands — e agora sócio da Eatopia.
Nos planos da nova empresa está a abertura de 5 novas marcas de alimentação, duas delas já no primeiro semestre do ano que vem e com uma operação nas 12 cozinhas industriais da Mimic. A intenção é também expandir a presença nacional das entregas para outros estados e apostar no licenciamento com outras marcas, criando um mix híbrido capaz de dobrar o faturamento da nova marca já em 2022.
Por trás da agitação para a criação de um grupo líder em entregas estão números que comprovam o potencial do mercado brasileiro de entregas, mesmo após a pandemia. De acordo com uma pesquisa da Galunion/ABF, 97% das redes de alimentação brasileiras já trabalham com delivery, um canal de venda responsável por 38% da receita do setor de fast-food no Brasil. Antes da pandemia, só 16% vinham daí.
Para lidar com a alta desenfreada de pedidos que veio com a pandemia, a Mimic já vinham trabalhando em um sistema de gestão inteligente de pedidos que, segundo os sócios, foi capaz de reduzir pela metade o tempo de espera do consumidor. Com essa agilidade, a Eatopia já nasce com a promessa de que 95% dos pedidos serão entregues em menos de 30 minutos.
“Nosso diferencial é justamente o fato de não sermos apenas uma empresa de tecnologia e nem apenas uma empresa de restaurantes. Oferecemos eficiência em restaurantes digitais, focados em alta qualidade do produto e experiência do cliente. Nossa operação já nasceu no ambiente digital para oferecer ao consumidor rapidez e eficiência na gestão dos pedidos e das entregas”, disse Jean Paul, fundador da Mimic e sócio da Eatopia.